Desemprego em queda e aumento na renda aceleram redução da pobreza em 40% no Brasil
O relatório de 2024 do Observatório Brasileiro das Desigualdades revelou uma queda de 20% na taxa de desemprego, acompanhada por um ganho real no rendimento médio de 8,3%
O Brasil alcançou um marco significativo na luta contra a extrema pobreza, com uma redução de 40% na taxa entre 2022 e 2023, conforme dados divulgados pelo Observatório Brasileiro das Desigualdades. O avanço é resultado de uma combinação de fatores, incluindo o aumento real do rendimento médio dos trabalhadores, a queda na taxa de desemprego e a retomada de políticas sociais eficazes. A diminuição foi observada em todas as regiões do país, com destaque para o Norte e Nordeste, e também mostrou impactos positivos em termos de gênero e raça, especialmente entre mulheres negras.
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, comemorou os resultados. Em suas declarações, ele destacou que a redução da extrema pobreza em todas as regiões do país e a diminuição de 45,2% entre mulheres negras, que constituem a maioria nesse grupo, são sinais claros de que as políticas estão no caminho certo. “Cada vez mais estamos tirando as pessoas da fome e da extrema pobreza, promovendo crescimento e melhoria na qualidade de vida”, afirmou Dias.
O relatório de 2024 do Observatório Brasileiro das Desigualdades também revelou uma queda de 20% na taxa de desemprego, acompanhada por um ganho real no rendimento médio de 8,3%. As mulheres apresentaram um crescimento maior em relação aos homens, com uma alta de 9,6% comparada a 7,7%. Estes números foram recebidos com entusiasmo pelo ministro Dias, que enfatizou a importância desses avanços para a melhoria das condições de vida no país.
A região Norte foi a que mais se beneficiou, registrando uma redução de 45,1% na extrema pobreza e a maior queda na taxa de desocupação, com 21,7%. Além disso, teve o maior crescimento médio da renda da população, com 11,34%. Esses dados destacam a eficácia das políticas públicas na promoção de maior equidade social e econômica.
Entre as políticas de destaque, o Programa Bolsa Família (PBF) se sobressai como um fator crucial na redução da pobreza. Em 2023, a nova cesta de benefícios do programa foi implementada, oferecendo adicionais significativos para crianças e gestantes. Daniel Duque, economista do Ibre/FGV, já havia projetado a redução da extrema pobreza com a retomada do programa, corroborando a eficácia das políticas de transferência de renda.
O Bolsa Família beneficiou mais de 20,7 milhões de famílias em agosto, das quais 83,5% são chefiadas por mulheres. Além disso, mais de 54,5 milhões de pessoas foram atendidas, com uma predominância de 58,2% de mulheres e 73% de indivíduos de cor preta ou parda. Esses números refletem o impacto do programa na vida das camadas mais vulneráveis da população.
Outras pesquisas também confirmam a melhoria nas condições de vida. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, coordenada pelo IBGE, revelou uma redução de 27,5% na taxa de pobreza de 2022 para 2023, resultando na saída de mais de 8,5 milhões de pessoas dessa condição. Além disso, o Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024) indicou uma queda de 85% na insegurança alimentar severa no Brasil, evidenciando um avanço substancial na segurança alimentar e na qualidade de vida da população.