A comissão acumula episódios de silenciamento de denúncias de irregularidades, e também invasão de casas de assentados

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Quinze deputados que integram a base governista acionaram o Ministério Público Federal (MPF) contra o Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente presidente e relator da CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A representação afirma que os parlamentares cometram abuso de autoridade durante as diligências do colegiado no estado da Bahia.

No documento assinado por nomes como a presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann e a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), argumenta-se que os líderes da CPI teriam ameaçado e invadido residências de sem-terras durante as abordagens. A base governista afirma que a oposição adentrou assentamentos sem autorização, constrangeu moradores ao realizar gravações sem autorização e adotou um tom ameaçador.

O pedido é que a Procuradoria-Geral da República instaure uma investigação sobre o tema para que Zucco e Salles sejam autuados por danos morais coletivos. A questão promete gerar um acalorado debate político no cenário nacional.

A comissão acumula episódios de silenciamento de denúncias de irregularidades, e também invasão de casas de assentados, além de uma tentativa de invasão à uma terra indígena na Bahia. A deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) apontou a ligação de Antônio Galvan, da Aprosoja, como um dos financiadores dos atos golpistas no 8 de janeiro, e que exerce influência sob deputados membros da CPI. Galvan é investigado pelo Supremo Tribunal Federal.

O deputado Ricardo Salles (PL-SP), que passou a ser chamado ‘réulator’ após ter sido tornado réu em um esquema de venda ilegal de madeira, afirmou que o relatório final da CPI do MST deve pedir indiciamentos de lideranças sem-terra. Salles já é investigado pela PGR por ataques às deputadas progressitas da comissão.