O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (25), denominada “Discalculia”, que investiga o desvio de recursos públicos de cota parlamentar. A ação resultou na apreensão do celular do parlamentar bolsonarista e na execução de 19 mandados de busca e apreensão em Brasília e em quatro cidades goianas, incluindo Goiânia. As investigações apontam que Gayer utilizou emendas parlamentares para financiar empresas particulares, como uma escola de inglês e uma loja de camisetas e o ato de 8 de janeiro.

“Após a análise do celular apreendido em poder de João Paulo de Sousa Cavalcante, a Polícia Federal colheu elementos informativos do desvio de recursos públicos para a prática dos atos antidemocráticos, prática levada a efeito conjuntamente com o deputado federal Gustavo Gayer Machado de Araújo”, afirma o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Acusado de ser a figura central de um esquema que desviava verbas públicas para entidades sociais “de fachada”, Gayer teria coordenado a criação e a manipulação dessas entidades fictícias. De acordo com as apurações, o deputado operava por meio de “testas de ferro”, utilizando assessores para ocultar seu envolvimento nas atividades ilegais, o que levanta sérias preocupações sobre a ética na gestão de recursos destinados ao bem-estar social.

A operação não resultou em prisões até o momento, mas revelou um montante significativo de dinheiro encontrado na casa de um assessor do deputado, indicando um possível fluxo irregular de verbas. A PF investiga crimes como associação criminosa, falsidade ideológica e peculato, comprometendo-se a aprofundar as investigações para esclarecer a extensão das práticas ilegais.