A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), de 89 anos, permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília. Erundina foi hospitalizada na quarta-feira (5) após passar mal durante uma sessão da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial. De acordo com sua equipe, a parlamentar está disposta, conversando normalmente, e seu quadro de saúde é estável.

Durante a sessão, a deputada denunciou as violações de direitos humanos durante a ditadura militar, durante a apresentação do seu Projeto de Lei. A deputada, que lutou contra a ditadura, foi violentamente desrespeitada por parlamentares da oposição. Outros deputados do campo progressista denunciaram a virulência e agressividade da sessão. “Hoje foi o dia mais denso, mais pesado, mais tóxico, mais violento dessa legislatura nesse meu primeiro mandato”, relatou o Pastor Henrique Vieira.

A sessão debatia o projeto de lei da deputada Luíza Erundina que institui o Dia Nacional para a Ação Climática. Durante a sessão, a discussão se prolongou por duas horas, com vários parlamentares acusando o projeto de promover revisionismo histórico e ser uma iniciativa comunista. Comentários provocativos e indiretas foram feitos, incluindo afirmações absurdas sobre a ditadura militar. No final, quando a deputada Erundina tentou ler sua defesa, ela passou mal devido ao ambiente agressivo.

Entre os principais participantes da discussão estava Paulo Bilinsky, do partido PL, que tem antecedentes criminais por assassinato da esposa. Ele foi um dos que afirmaram que não houve mortes relacionadas ao contexto discutido

Membro da comissão, o delegado bolsonarista Éder Mauro (PL) afirmou ter orgulho dos processos judiciais que responde acusações de tortura no Pará.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (6), a equipe de Erundina informou que “a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) se mantém internada no Hospital Sírio Libanês, em Brasília. Erundina passou bem a noite. Acordou disposta e conversando normalmente. Todos os exames apresentam resultados normais. O quadro, felizmente, se mantém estável e logo irá para o quarto. Assim que possível, daremos mais informações”.

Luiza Erundina é uma figura histórica na política brasileira. Nascida em Uiraúna, na Paraíba, ela foi a primeira mulher eleita prefeita de São Paulo, governando a capital paulista de 1988 a 1992. Fundadora do Partido dos Trabalhadores (PT), atuou como vereadora e deputada estadual antes de se tornar deputada federal, cargo que ocupa atualmente pelo PSOL em seu sétimo mandato.

Em 2020, Erundina foi candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa de Guilherme Boulos (PSOL-SP). Apesar de não terem vencido, a deputada continua sendo uma voz ativa na defesa dos direitos humanos e das minorias. A equipe médica do Hospital Sírio-Libanês segue monitorando o estado de saúde da deputada.