Marielle Ramires, da Cobertura NINJA na COP26

Em conversa com a Mídia Ninja nesta quarta-feira (03), o Diretor do Instituto Clima Info, Délcio Rodrigues, fez um panorama das discussões ambientais e uma breve avaliação da participação do Brasil na COP26 que acontece em Glasgow, na Escócia.

Segundo ele, a redução efetiva das emissões de carbono e o financiamento climático são dois pontos importantes a serem debatidos durante a semana de negociações.

Décio defende que os países que mais poluem precisam assumir compromissos muito mais fortes em relação à redução dos gases do efeito estufa. “É preciso reduzir 50% as emissões até 2030 e cair para 0 até 2050, para ter a chance de ter o aquecimento global limitado e 1,5ºC”.

Outro ponto citado por ele é a questão financeira. “Existem países pobres que não tem recursos para se adaptarem, não tem recursos para conseguir tecnologia para o novo momento e uma economia de baixo carbono precisa ser financiada”.

Ele citou ainda, os compromissos firmados pelo Brasil durante a Conferência. “Com a política antiambiental ele [Bolsonaro] não vai conseguir mostrar estofo e capacidade de fazer tais reduções” enfatizou. Ainda segundo Décio, alguns acordos estão sendo assinados por pura formalidade. “Parece que o país está loucamente atrás de credibilidade e isso deve ser uma pressão do agronegócio exportador”.

Ele também citou a pecuária como um problema pujante no Brasil. “Se eu quero cortar em metade as emissões de metano no Brasil, eu tenho que matar metade do rebanho de boi no país”, avaliou.

Sobre a participação dos governadores brasileiros, ele avaliou como uma participação positiva e fundamental. “O consórcio de governadores da Amazônia está negociando um pacote de recursos para os estados fazerem a preservação ambiental. Uma espécie de fundo da Amazônia dos estados e não do Governo Federal que foi interrompido pelo Salles”. O Brasil conta hoje com cerca de 3 bilhões de reais parados no banco sem investir nas questões ambientais.

 

 

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