Por Ana Ju Costa

Na quinta-feira (11), a mesa “Plataformas livres: Rotas sustentáveis para o novo cinema”, que compôs o festival SEDA – Semana do Audiovisual, reuniu nomes do audiovisual, com a presença de realizadoras da Bolívia e Argentina, debatendo sobre os novos caminhos para circulação e formação das produções audiovisuais, com objetivo de descentralizar e fortalecer comunidades.

O debate contou com a participação de Daniel Jaber, cofundador da plataforma de streaming Cardume, Gabriel Pinheiro, sócio-fundador e CEO na B_arco Centro Cultural, José Mateus, coordenador do Programa Ecofalantes Universidade, Isis Maria cofundadora da Mídia Ninja, Viviana Saavedra gestora cultural e produtora executiva, Virna Molina, cineasta e documentarista argentina.

Com diferentes propostas, tanto para formação quanto circulação do audiovisual, os projetos de cada participante somam e inspiram, mostrando formas de fortalecer as produções audiovisuais de forma sustentável.

Com o foco formativo em audiovisual, o Programa Ecofalante Universidade (PEU), atua em conjunto com as escolas e atividades formativas de estudantes, atuando em conjunto com as escolas em atividades formativas entre o cinema e o meio ambiente. Também do lado formativo e profissionalizante e de aperfeiçoamento, o B_arco Centro Cultural, oferece cursos no formato digital.

Representando as plataformas de streaming descentralizadas, a Cardume que conta com uma curadoria diversa de curtas e médias metragens nacionais, o co-fundador Gabriel Pinheiro, pontua o retorno financeiro para os trabalhadores para pensar um ecossistema de produção realmente sustentável.

“A curadoria e a cobertura do Festival SEDA organizou-se pela plataforma Floresta Ativista”, contextualizou Isis Maria, reitora da UFA – Universidade da Floresta Ativista e coordenadora do Planeta Ella e Poderes Pretos, sobre a plataforma que reúne coletivos, redes, e iniciativas que começam no digital e se concretizam no presencial, como é o caso do Festival.

Ainda sobre a importância de criar rotas descentralizadas e independentes, Viviana Saavedra e Virna Molina relembram com o histórico político dos governos dos países da América Latina, como é urgente criar alternativas para a manutenção de um ecossistema audiovisual soberano e resistente dentro e fora das políticas públicas. O quanto também a autonomia do setor, essencial para produzir conteúdos críticos.

Ao finalizar o debate, Lívia Ascava trouxe o conceito da tecnopolitica – quais as escolhas que fazemos diariamente quando optamos pelas plataformas e tecnologias que utilizamos para o trabalho, para estudos, para nos informar e para o entretenimento? O quanto esta escolha, aparentemente automática, também é política.

Foto: Moana Marques/Produtora Pineal

Para entender mais

Rotas sustentáveis no contexto do audiovisual são meios de distribuição e realização de um cinema que foge dos ditames organizacionais previstos por grandes produções, prezando por meios de produção que ultrapassam barreiras hegemônicas. Seja a realização com celulares, câmeras de mais fácil acesso, plataformas próprias ou mesmo de acesso público. Englobam toda e qualquer alternativa de baixo custo ou fora do eixo, que possam democratizar a realização do cinema bem como de sua distribuição.

Assista ao debate completo abaixo: