De Daiane a Rebeca: as influências e conquistas das últimas gerações brasileiras na Ginástica
%%excerpt%% A Ginástica Artística brasileira tem resultados cada vez melhores. Rebeca Andrade, ginasta mais vencedora de nossa história, teve como inspiração Daiane dos Santos. Confira as conquistas das últimas gerações da ginástica nacional.
Por Patrick Simão/ Além da Arena
O Brasil conquistou sua primeira medalha olímpica por equipes na Ginástica Artística. Essa conquista garante mais uma medalha para Rebeca Andrade, que está em 4 finais nos aparelhos individuais, premia merecidamente Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Júlia Soares e Jade Barbosa, também um elo entre gerações.
O fato de Jade conquistar essa medalha é muito simbólico: ela competiu ao lado de Daiane dos Santos, Lais Souza e Danielle Hypólito, e agora brilha junto com Rebeca. Mais do que nunca, a relação entre Rebeca e Daiane mostra a importância da representatividade e o quanto um ídolo pode mudar o patamar de um esporte em um país.
Em diversas entrevistas, Rebeca falou da importância de Daiane em seu começo na Ginástica e até nos ensinamentos recebidos quando tinha apenas 10 anos. Hoje, Rebeca é a ginasta mais vitoriosa que o Brasil já teve, e essa história passa por muitas gerações.
A ginástica artística no Brasil começou a ser praticada no Rio Grande do Sul e foi regulamentada em 1951. Em 1978, foi criada a Confederação Brasileira de Ginástica e a primeira grande protagonista foi Luísa Prudente, bicampeã Pan-Americana em 1991.
Na virada do século surgiu Daiane dos Santos, primordial na popularização da ginástica para o público brasileiro. Ela ganhou grande destaque com sua apresentação no solo, onde foi campeã mundial em 2003 (conquista que voltou a ocorrer em 2004 e 2006), revolucionando o duplo twist carpado. Daiane se tornou referência para o desenvolvimento de gerações futuras e foi inspiração para Rebeca. Ao seu lado estava Daniele, Laís e Jade, hoje medalhista ao lado de Rebeca, Flávia, Júlia e Lorrane.
Neste mesmo período, Diego Hypólito despontou entre os melhores do mundo. Ele foi bicampeão mundial no solo, em 2005 e 2007, além de uma prata e dois bronzes em Mundiais. Nos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012 ele também chegou como favorito no solo, mas a medalha veio em casa, no fim de sua carreira, com a prata nos Jogos do Rio de Janeiro. A nível continental, ele possui 6 ouros Pan-Americanos.
O surgimento de Diego culminou na passagem de bastão para as conquistas de Arthur Zanetti, que continuou este ciclo e se tornou o 1° brasileiro medalhista de ouro nas Olimpíadas. O feito foi obtido nas argolas, em 2012. No ano seguinte, foi campeão mundial nas argolas e, em 2016, foi prata Olímpicos. Zanetti é dono de 3 ouros Pan-Americanos.
A evolução de resultados da ginástica brasileira seguiu exponencial até o topo, com Rebeca Andrade. Ela sempre foi protagonista a nível mundial, desde 2017, mas enfrentou três graves lesões no joelho. Rebeca se recuperou e virou uma das maiores atletas da história brasileira. O capítulo Rebeca ainda está sendo escrito. Nas Olimpíadas de 2021, foi ouro no salto e prata no individual geral. Em Mundiais, ela acumula três ouros, quatro pratas e dois bronzes e, em Pan-Americanos, possui 4 ouros e 2 pratas.
Rebeca vai além das medalhas e é protagonista para novas gerações, assim como Daiane foi para ela. Ela chegou ao topo ao som do funk brasileiro, com Baile de Favela, em 2021. As conquistas de Rebeca ultrapassam os ginásios e popularizam ainda mais a ginástica brasileira, se tornando um ídolo nacional.