Após 7 anos desde o seu último álbum, “Boca” (2017), Curumin lançou nesta quarta-feira (11) o quinto disco de sua carreira, intitulado “Pedra de Selva”. Com 17 faixas e lançado de forma totalmente independente, o trabalho conta com as participações de François Muleka, Funk Buia, Ava Rocha, Josyanne, Jéssica Caetano, Iara Rennó, Livia Nery, Rimon Guimarães, além dos seus três filhos, Rubi, Bento e Benedito, como backing vocals. O trabalho chega ao público com visualizers produzidos pela produtora Perene Filmes, do François Muleka e Jéssica Junqueira.

Foi durante a pandemia, a partir do retorno de Curumin aos estudos dos seus instrumentos musicais, bateria e violão, que “Pedra de Selva” começou a ser criado. Temperado pelas emoções do difícil contexto vivido, como medo e raiva, o novo álbum nos convida a atravessar os momentos da vida com maior sutileza e nos propõe o retorno ao corpo para reacender as velhas tecnologias sensíveis e inerentes ao ser humano, que foram atrofiadas pelo desenvolvimento industrial com o passar do tempo na sociedade capitalista. 

“Depois que fui formatando essa ideia do disco, comecei a entender que tinha muito a ver com o que o Krenak fala, Saloma Salomão. Uma ideia de rever a natureza, acho que a gente foi se encantando com as máquinas e tem outras tecnologias que a gente poderia ter avançado mas entregou para as máquinas. Acho que a gente poderia ter poder telepático, por exemplo, se tivesse desenvolvido mais o nosso espírito. Precisamos nos rever dentro do sistema capitalista e voltar para as outras coisas, a terra, o que importa”, pontua o músico.

Pré-anunciado por dois singles duplos, “Corredor do Mato Dentro”/”Pisa” e “Flecha do Dedo”/” Paixão Faixa-Preta”, “Pedra de Selva” carrega uma sonoridade experimental que, em sua nuance, induz o ouvinte a se entregar à fluidez com a interconexão das faixas a partir do movimento crescente de adição de instrumentos, de ideias e do bpm.