O Beco, espaço cultural localizado em Taguatinga (DF), vem mudando um cenário cada vez mais carente na quebrada: a falta de ambientes da cultura como ele que dialoguem com as narrativas das periferias do Brasil.

No mês de janeiro, o espaço passou por um momento delicado: um incidente violento provocado por um cliente deixou pessoas feridas, e passaram a ser criminalizados por isso, além de acusados de outras intervenções ilegais. Retomando suas atividades, o Beco recebeu no mês de fevereiro a primeira edição do Slam O Beco Fala, que até dezembro vai receber mais 10 edições.

Foto: Lucas Sant’ana

Foto: Lucas Sant’ana

 

O Slam, que nasceu nos anos 80 em Chicago, Estados Unidos, junto a cultura hip hop, vem se tornado cada vez mais conhecido pelo Brasil onde chegou nos anos 2000, com estéticas livres e democráticas, e tem trazido a tona novos poetas, vindo da quebrada falando pra quebrada e com temas do cotidiano dos jovens de periferia, como espaço político. A edição no Beco mobilizou 12 poetas, entre MCs e pessoas que nunca tinham apresentado antes seus versos em público. ” Entre dramas e amores, os participantes apresentaram poesias vindas do coração e de autoria própria. Cada poeta que participou deixou sua emoção em cada verso e teve resposta do público. MC Nenzin levou o prêmio”, conta Luiz Felipe Fiúza, que trabalhou na produção dessa edição do Slam do Beco.

O Beco é um lugar de resistência cultural e como tal, seus donos sabiam que dias ruins poderiam vir e tem se esforçado em não se deixar abater e manter o lugar que para muitos jovens das periferias do DF é uma opção de lazer, de cultura, de conforto, de diversão.

MC Nenzin, ganhador do Slam O Beco Fala Foto: Mídia NINJA

 

Foto: Lucas Sant’ana

Foto: Mídia NINJA