Crianças kanamaris morrem em decorrência do garimpo, aponta documento da SESAI e FUNAI
As mortes de crianças kanamaris com menos de um ano de idade por diarreia aguda e desidratação severa, foram em decorrência da atuação de dragas de garimpo na região do médio rio Juruá e rio Jutaí, no Amazonas
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) juntamente com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) mostrou ofício que relacionam mortes de crianças kanamaris com menos de um ano de idade por diarreia aguda e desidratação severa, em decorrência da atuação de dragas de garimpo na região do médio rio Juruá e rio Jutaí, no Amazonas.
Pelo menos dois bebês Kanamaris menores de um ano, morreram após um quadro de diarreia e desidratação, ainda no início do governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2019. Os ofícios citam ainda o agravamento de saúde, pela mesma causa, de outras crianças com menos de cinco anos e a morte de adultos Katukinas, também por diarreia.
Na época, a Funai repassou ao Ministério Público Federal (MPF) que, já em 2018, na TI Rio Biá, havia mais de 100 dragas operando no garimpo ilegal. Os óbitos se dariam devido a contaminação do rio com materiais pesados como mercúrio, rio este que é usado pelos indígenas em suas tarefas cotidianas.
Em nota, o Ministério da Saúde no governo Lula (PT) disse que “considera grave a situação legada pela gestão anterior à saúde indígena”. Para a presidenta da FUNAI, Joenia Wapichana, “após anos de desmonte, a Funai está sendo reconstruída e retoma, agora, a sua missão institucional, pautando discussões importantes para os povos indígenas”.