Em meio a uma onda de violência que assola presídios e resulta em ataques criminosos, incluindo a invasão de um canal de TV ao vivo, o presidente do Equador, Daniel Noboa, tomou uma medida drástica ao decretar a existência de um conflito armado interno no país. Menos de 24 horas após declarar estado de emergência devido ao “desaparecimento” de Adolfo Macías, líder dos temidos Los Choneros, Noboa acionou as Forças Armadas para restaurar a ordem.

O “sumiço” de Macías, cumprindo pena de 34 anos, desencadeou motins em diversas prisões, com relatos de reféns e pelo menos 10 mortes desde o início da emergência. A polícia, agora apoiada pelas forças militares, impôs toque de recolher entre 23h e 5h em todas as cidades, buscando conter a violência que se intensificou.

Em resposta ao caos, o governo do Peru enviou uma força policial à fronteira equatoriana para prevenir instabilidades no país vizinho. Argentina, Bolívia e Colômbia expressaram apoio e ofereceram assistência. No Brasil, o presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, devem discutir a situação enquanto o Equador enfrenta uma crise que ultrapassa os limites de um estado de exceção.

O presidente equatoriano, em um decreto, identificou diversas facções criminosas como “organizações terroristas”, ordenando às Forças Armadas neutralizá-las. O especialista João Paulo Charleaux destaca que a declaração de “conflito armado interno” eleva o uso da força, equiparando-se a uma guerra civil. A medida internacionaliza o cenário, com apoio de países vizinhos e preocupações sobre os direitos humanos em meio a operações militares.

A violência se estende além das prisões, com o ataque a um canal de TV, sequestros de policiais, explosões em diferentes regiões e relatos de notícias falsas. Enquanto a população enfrenta a crise, instituições suspendem atividades presenciais, adotando medidas de segurança. A fuga do líder criminal “Fito” Macías acentua a instabilidade, evidenciando falhas no sistema penitenciário e marcando um novo capítulo na longa lista de desafios enfrentados pelo Equador.

*Com informações da BBC