Governo Lula sinalizou que apoiará a instalação da CPMI

Golpistas invadem plenário da Câmara dos Deputados. Foto: reprodução/circuito interno

O senador Rodrigo Pacheco, do PSD e presidente do Congresso, confirmou que será lido nesta quarta-feira (26) o requerimento de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os ataques golpistas no Congresso Nacional no dia 8 de janeiro.

Diferente da CPI da Pandemia, quando apenas senadores foram escolhidos, desta vez a investigação ocorrerá com representantes do Senado e da Câmara dos Deputados.

Semana passada foram 100 denunciados, agora STF julga mais 200. Com a CPI vamos pegar o restante. Nada vai ficar incólume depois dessa tentativa de golpe”, disse a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann.

A CPMI será formada por 32 membros, sendo 16 senadores e 16 deputados, distribuídos proporcionalmente entre os blocos partidários. Os blocos democracia e resistência democrática, no Senado, são governistas e possuem 30 e 28 senadores, respectivamente. Já os blocos vanguarda e aliança, com 13 e 10 senadores, são de oposição.

Na Câmara dos Deputados, o governo também possui maioria, mas o Centrão, mais uma vez, poderá será crucial, visto que tem influência nos dois maiores blocos: um com nove partidos e outro com cinco partidos. A federação de partidos ligados ao Partido dos Trabalhadores, com 81 deputados, também apoia o governo. A maior força de oposição é o PL, com 99 deputados.

Com o apoio dos maiores blocos do Congresso, o governo poderá eleger o presidente da CPMI, que, em acordo, indicaria um relator. O presidente é responsável por convocar e conduzir as sessões, enquanto o relator define a linha de investigação e o momento de ouvir os depoimentos. A oposição já declarou que lutará contra a estratégia do governo.

A indicação dos membros da comissão fica a cargo dos partidos e blocos partidários, sem prazo definido para isso.

Desde o 8 de janeiro, o governo Lula tem defendido o avanço das investigações para punir os golpistas. Para alguns representantes do governo, o foco deveria ser a agenda no legislativo de aprovações de pautas econômicas. O grupo teme que a CPMI coloque em escanteio a pauta de desenvolvimento.

Após a divulgação de parte das imagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia dos atos, o governo sinalizou que apoiará a instalação da CPMI.

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