A CPMI também irá examinar o papel de servidores públicos nos bloqueios de rodovias durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os acontecimentos do dia 8 de Janeiro aprovou, em uma votação simbólica ocorrida nesta quinta-feira (24), uma série de medidas que prometem lançar luz sobre os atos ocorridos naquele dia. A comissão deliberou a reconvocação do ex-ajudante-de-ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, bem como a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e de três indivíduos associados a ela.

A reconvocação de Mauro Cid foi proposta pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), após surgirem suspeitas de seu envolvimento na venda ilegal de presentes recebidos de autoridades estrangeiras. Embora a data para seu próximo depoimento ainda não tenha sido definida, essa medida pode fornecer novas informações sobre os atos golpistas.

Além disso, outros três militares ligados à Ajudância de Ordens da Presidência na gestão de Bolsonaro terão seus sigilos quebrados para investigar possíveis vínculos com gastos da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

A CPMI também irá examinar o papel de servidores públicos nos bloqueios de rodovias durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, particularmente na região Nordeste. A quebra de sigilo de várias pessoas, incluindo Marília Ferreira de Alencar e André Saul do Nascimento, foi solicitada para esclarecer esses eventos. Além disso, a investigação sobre o aluguel de ônibus para extremistas que se dirigiram a Brasília nas vésperas dos acontecimentos de 8 de janeiro visa esclarecer o financiamento dessas atividades.