Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O Senado Federal realizou nessa terça (4) o primeiro depoimento de ex-ministros da Saúde a fim de ajudar o senador Renan Calheiros (MDB-AL) a montar seu relatório sobre ações e omissões do Governo Federal na gestão da pandemia.

O relator e demais senadores ouviram de Henrique Mandetta (DEM) que o presidente foi alertado das consequências de não ouvir a ciência. Inclusive com a projeção do alto número de mortes, caso as medidas indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) não fossem seguidas.

“Todas as recomendações, as fiz. Em público, nos boletins, nos conselhos de ministros, diretamente ao presidente, a todos os secretários de Saúde”, afirmou Mandetta. “Nunca tive discussão áspera, mas sempre coloquei (as recomendações) de maneira muito clara.”

Carluxo ajudou a definir estratégias

O ex-ministro da Saúde revelou também que o filho do presidente, Carlos Bolsonaro, e o ex-chanceler do Itamarty, Ernesto Araújo, faziam parte de um grupo que aconselhava Bolsonaro na gestão da pandemia.

Após a revelação, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PB) afirmaram que apresentarão recursos para convocar Carluxo à CPI, a fim de averiguar que dados técnicos embasaram sua decisão.

Vacinas

Questionado se havia possibilidade de vacinas no horizonte quando era ministro, Mandetta afirmou que tinha convicção de que a humanidade iria conseguir desenvolver vacinas contra a doença, mas que na sua época no ministério as vacinas ainda estavam em concepção ou em fase inicial.

“O Brasil poderia ter feito mais (no combate à pandemia)”, afirmou Mandetta, e disse que o país poderia ter tido vacinas muito antes se o governo seguisse a ciência.

Depoimento de Pazuello reagendado

Senadores membros da CPI foram surpreendidos após saberem que Pazuello não mais iria depor nesta quarta (5).

Base no governo na comissão chegou a sondar possibilidade de que Pazuello deposse de forma virtual. Porém, o presidente do colegiado decidiu que pode aguardar mais uns dias para que ele seja ouvido pessoalmente.

O depoimento de Pazuello foi reagendado para 19/5.