Corrupção no MEC: Após vazamento de áudio de Ribeiro, STF cobra manifestação da PGR sobre interferência de Bolsonaro na PF
Após o pedido da oposição no Senado, ministro do STF encaminhou e solicitou a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Por Kaio Duarte
Nesta terça-feira (28), no despacho do inquérito que já apurava as suspeitas de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou a PGR um pedido do líder da oposição do Senado após a divulgação da interceptação telefônica realizada pela PF.
Na ligação, Milton Ribeiro disse a sua filha que Bolsonaro havia alertado sobre seu “pressentimento” de ser usado como instrumento para atingir o presidente. Durante a conversa, Ribeiro fala sobre a possibilidade de busca e apreensão em suas propriedades, como ocorreu, alguns dias depois.
Apesar do pedido de Moraes, cabe a Procuradoria-Geral da República decidir se há materiais suficientes para abrir uma investigação formal contra o presidente.
O senador Randolfe Rodrigues, afirmou ao STF que há indícios de “suposta nova interferência do Presidente da República JAIR BOLSONARO na Polícia Federal” e solicita que sejam adotadas “as medidas cabíveis a fim de evitar interferências indevidas da cúpula do Poder Executivo nas atividades-fim da Polícia Federal”.
Este não é o primeiro pedido do tribunal ao PGR sobre os indícios contra Bolsonaro no escândalo do MEC. A ministra Cármen Lúcia, também encaminhou pedidos a Procuradoria, dos deputados Reginaldo Lopes e Israel Batista, solicitando a investigação do presidente.
Na última sexta-feira (24), O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, afirmou que o presidente e o ex-ministro não têm contato direto.
A Polícia Federal segue com a apuração do favorecimento de pastores na distribuição de verbas do MEC, nomeada DE “Bolsolão do MEC”. O delegado Bruno Calandrini, segue na liderança da investigação sobre as destinações do FNDE, mesmo após sua recente transferência de unidade.