Coronel que pediu ação para golpe de estado é confrontado na CPMI do Golpe
O depoimento de Jean Lawand na CPMI do Golpe trouxe à tona discussões sobre suas intenções e influência no contexto dos atos golpistas
O depoimento de Jean Lawand na CPMI do Golpe trouxe à tona discussões sobre suas intenções e influência no contexto dos atos golpistas
A senadora Eliziane Gama, relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI do Golpe), confrontou o coronel do Exército Jean Lawand Júnior durante seu depoimento. Lawand foi convocado devido às mensagens trocadas com o ex-ajudante de ordens do governo Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, em que discutiam a possibilidade de intervenção militar. A relatora repreendeu Lawand por subestimar a comissão e ressaltou que até mesmo pessoas menos experientes conseguiram cargos políticos.
Lawand defendeu sua posição, afirmando que sua intenção era “apaziguar os ânimos” e fazer com que as pessoas voltassem para suas casas, alegando que o ex-presidente Bolsonaro tinha influência sobre a população. A senadora questionou a legitimidade de um golpe promovido pelo presidente, mas o coronel insistiu que não era sua intenção e que suas mensagens foram mal interpretadas.
O militar também alegou não ter tropas nem influência política para realizar um golpe de Estado. No entanto, Eliziane Gama contestou sua justificativa, destacando sua posição estratégica no escritório de Projetos do Exército. Lawand disponibilizou seus sigilos bancário, fiscal e telefônico para esclarecer a questão.
Ao final do interrogatório, a senadora mencionou que o endereço residencial de Lawand é o mesmo de uma empresa ligada a Argino Bendin, investigado por financiar atos golpistas. O coronel afirmou desconhecer essa empresa e se colocou à disposição para quebra de sigilo. A relatora destacou que o endereço foi utilizado em momentos importantes da história do coronel.
O depoimento de Jean Lawand na CPMI do Golpe trouxe à tona discussões sobre suas intenções e influência no contexto dos atos golpistas. A postura confrontadora da relatora e as respostas do coronel geraram tensão durante o interrogatório, evidenciando as contradições e as possíveis conexões de Lawand com indivíduos envolvidos nas investigações. A comissão continua a investigar os eventos ocorridos em janeiro de 2023 e suas ramificações.