Em sua edição comemorativa de 30 anos, o É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários anunciou neste sábado (12) os vencedores das principais categorias das mostras competitivas. Reconhecido como o mais importante festival dedicado ao audiovisual não-ficcional da América Latina, o evento consagra produções que se destacam pela força estética, relevância social e inovação formal.

O grande destaque da edição 2025 foi o longa Copan, dirigido por Carine Wallauer, que venceu a Competição Brasileira de Longas ou Médias-Metragens. O filme recebeu R$ 20 mil e o Troféu É Tudo Verdade. Em sua justificativa, o júri destacou “a ousadia formal aliada a um vigoroso rigor estético”, elogiando também a originalidade, precisão e a delicadeza com que a narrativa revela os contrastes e conflitos contemporâneos do Brasil.

O prêmio de Melhor Curta-Metragem Brasileiro foi para Sukande Kasáká / Terra doente, de Kamikia Kisedje e Fred Rahal, que recebeu R$ 6 mil e o troféu do festival. O júri ressaltou a força e precisão de suas imagens, e o discurso urgente sobre os impactos do agronegócio em territórios indígenas, sem ceder a simplificações.

Receberam menções honrosas os filmes Quando o Brasil era moderno, de Fabiano Maciel, pela sua profunda pesquisa sobre arquitetura e história política brasileira, e o curta Palavra, de DF Fiuza, reconhecido por sua construção poética e valorização das tradições brasileiras.

Na mostra internacional, o prêmio de Melhor Longa-Metragem foi para o emocionante Escrevendo Hawa, de Najiba Noori (França, Países Baixos, Catar e Afeganistão). O filme conta a história da mãe da diretora, uma mulher que busca independência em meio à sociedade patriarcal afegã. Segundo o júri, trata-se de uma narrativa rara e necessária sobre amor, resistência e compaixão.

Entre os curtas, o canadense Eu sou a pessoa mais magra que você já viu, de Eisha Marjara, venceu pela forma poética com que trata a experiência da anorexia dentro de uma família imigrante.

Além das premiações principais, foram entregues diversos prêmios paralelos. O Canal Brasil de Curtas foi para Dois Nilos, de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro. O Prêmio Maria Rita Galvão, voltado à melhor pesquisa, foi concedido a Bruscky: um autorretrato, de Eryk Rocha.

Também foram homenageadas as melhores montagens com os prêmios da Associação de Profissionais de Edição Audiovisual (EDT): para o curta Palavra e para o longa Bruscky, com uma menção honrosa para Sukande Kasáká / Terra doente.

O festival continua online

A programação do É Tudo Verdade segue até o dia 30 de abril, com uma seleção especial de curtas disponível gratuitamente na plataforma Itaú Cultural Play.

A 31ª edição do festival acontece de 9 a 19 de abril de 2026. Até lá, seguem os ecos da força do documentário brasileiro e internacional celebrados nesta edição histórica.