Por Gabriela Nascimento e Mariana Martins

A Primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino organizada pela FIFA ocorreu em 1991, e está em sua nona edição. Neste ano de 2023, o torneio contará com 32 seleções em campo. Essa adequação foi realizada a fim de igualar-se com a modalidade masculina. A Copa deu início na madrugada de 20 de julho, e já é considerada um recorde em vendas de ingressos.

Em 1986, a FIFA realizou um evento voltado à Copa do Mundo masculina no México. Lá, a representante norueguesa Ellen Wille fez um discurso reivindicando mais atenção ao futebol feminino por parte da entidade e seus dirigentes. Ela relatou que precisou batalhar na Noruega pela aceitação do futebol feminino, e precisava fazer o mesmo internacionalmente.

“Eu tive que lutar para que o futebol feminino fosse reconhecido na Noruega e queria continuar isso internacionalmente. Então, subi ao palco no Congresso da Fifa e apontei que o futebol feminino não era mencionado em nenhum documento. Também disse que já era hora das mulheres terem sua própria Copa do Mundo e de participarem do torneio olímpico de futebol”, disse Ellen Wille, em entrevista à Fifa.

Pressionada pela fala da norueguesa, a FIFA organizou uma fase de testes com intuito de verificar o interesse do público e a viabilidade financeira do evento. O campeonato durou 13 dias e contou com a participação de 12 seleções. Essa fase foi bem sucedida, e teve em média 15 mil pessoas acompanhando os jogos durante todo o evento.

Com o sucesso da fase teste, em 1991 aconteceu o primeiro ano de Copa do Mundo Feminina, com mais de 510 mil pessoas acompanhando. Apesar do sucesso, as mídias internacionais não se interessaram em cobrir o evento. Houve raros jogos que foram transmitidos, mas nenhuma emissora difundia em nível global.

A conquista no decorrer dos anos

No decorrer dos anos, o campeonato feminino veio superando as dificuldades e batendo novos recordes. A Copa de 1999 mostra isso. Durante o campeonato, o jornal “Asbury Park Press”, de Nova Jersey, em 22 de junho de 1999, informou que a competição seria transmitida para 74 países e mais de 1.900 profissionais de imprensa tinham se credenciado para cobrir o evento. Além disso, nos estágios, mais de 1.214 milhão de pessoas compareceram aos jogos, o que resultou em uma média de 37.944 torcedores por partida. O campeonato feminino desencadeou vários debates sobre a igualdade de gênero entre os mundiais masculino e feminino.

Em cada edição, o campeonato foi se aprimorando e ganhando mais destaque. Pela primeira vez, em 2007, foi fornecida uma premiação em dinheiro para as seleções participantes. O torneio contou com 1 milhão de torcedores e cerca de 1.190.971 pessoas acompanharam os 32 jogos do torneio. Além disso, em relatório produzido pela FIFA, o evento foi transmitido para mais de 200 países, o que representou um aumento de 40% em relação ao Mundial de 2003.

No torneio de 2015, foi feita uma mudança pela FIFA, que aumentou de 16 para 24 seleções participantes. Além disso, foi implementada a tecnologia da linha do gol, um mecanismo que mostra se a bola de fato entrou ou não no gol. O recurso já havia sido utilizado na Copa do Mundo Masculina e, também, na Copa de 2019.

Neste ano de 2023, a Fifa trouxe algumas novidades inéditas. Pela primeira vez a competição será sediada em dois países, a Austrália e a Nova Zelândia, e contará com o aumento de 24 para 32 equipes participantes. Foram adicionadas 12 partidas a mais em comparação à última edição do torneio. Por fim, segundo um documento oficial da entidade, divulgado no dia 5 de julho, que informa sobre a cobertura midiática, a Fifa declara que comercializou o direito de transmissão para 189 territórios.

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube