COP16: Declaração assinada por 20 ministros do Sul Global exige R$ 104 bi para biodiversidade
Pelo menos US$ 20 bilhões até 2025 é a solicitação dos países em desenvolvimento no âmbito da COP.
Uma declaração conjunta foi assinada na última quarta-feira (30) por 20 ministros do Meio Ambiente do Sul Global pedindo ações urgentes que lhes permitam ter acesso a financiamento para a proteção da biodiversidade em seus territórios.
Burkina Faso, Camboja, Camarões, Costa do Marfim, Dominica, Etiópia, Gâmbia, Granada, Guiné, Libéria, Madagascar, Nigéria, São Cristóvão e Névis, Samoa, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, Togo, Vanuatu e Zâmbia são as nações que assinaram a declaração.
O documento pede que os países do Norte Global “ajam com urgência para garantir que pelo menos US$ 20 bilhões por ano (aproximadamente R$ 104 bilhões) sejam entregues pelos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento até 2025, e pelo menos US$ 30 bilhões por ano (aproximadamente R$ 156 bilhões) até 2030, conforme acordado no GCF”.
Além de solicitar urgentemente novos financiamentos internacionais, os países também estão pedindo a criação de um grupo de trabalho com ministros do meio ambiente e das finanças, para se concentrar em atingir as metas de US$ 20 bilhões (aproximadamente R$ 104 bilhões) e US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 156 bilhões) descritas acima, de forma integral e dentro do prazo.
Esses territórios argumentam que, ao contrário das nações mais desenvolvidas econômica e industrialmente do Norte Global, não têm força financeira suficiente para conduzir estratégias ambiciosas que alcancem as metas de 2030 da Estrutura Global de Kunming-Montreal sem apoio.
“Hoje estamos emitindo uma Declaração Ministerial para instar os países desenvolvidos a aumentar urgentemente seus compromissos financeiros internacionais e desenvolver um roteiro e mecanismos de responsabilidade. Este é um chamado à ação e uma oferta para trabalharmos juntos para aumentar a responsabilidade e a transparência”, disse Iziaq Kunle Salako, ministro do Meio Ambiente da República Federal da Nigéria.
Ele disse que, trabalhando lado a lado, o objetivo comum de todo o planeta de implementar totalmente a Estrutura Global assinada há dois anos no Canadá pode ser alcançado.
Como um sinal de sua ambição de proteger e conservar 30% dos oceanos, solos e biodiversidade do mundo, os 20 países se juntaram à Parceria Ministerial para Ambição no Financiamento da Natureza, um grupo intergovernamental cujo objetivo é promover a realização das metas acordadas em Montreal, bem como aumentar a conscientização sobre as ações que estão sendo tomadas pelas nações do Sul Global em prol da natureza.
“Sem financiamento suficiente, não poderemos fazer as mudanças significativas necessárias em nossas economias e sociedades para implementar os objetivos acordados e garantir um futuro de meios de vida sustentáveis. E, francamente, nossas vidas dependem do cumprimento desses objetivos; não temos outra opção. Precisamos que todos os países ricos, as organizações filantrópicas e as corporações se coloquem em ação”, afirmou Jiwoh Abdulai, ministro do Meio Ambiente e Mudança Climática da República da Serra Leoa.
Por fim, pediram aos países e organizações de todo o mundo que não se esqueçam de que o Sul Global concentra a maior parte das áreas de diversidade biológica mais importantes que ainda restam no planeta.
“Também fazemos um apelo para que tomem medidas a fim de melhorar consideravelmente os relatórios sobre o financiamento. Atualmente, a única contabilização oficial atualizada corresponde a uma data anterior à assinatura do Marco Mundial de Kunming-Montreal”, revelaram os países.