COP16 aprova criação de órgão permanente para povos indígenas
A criação de uma entidade “subsidiária” dedicada a “assuntos de relevância para os povos indígenas” foi descrita como “histórica”.
As delegações reunidas na Colômbia durante a COP16 aprovaram neste sábado (2) a criação de uma entidade permanente para representar os interesses das comunidades indígenas e locais. Representantes dos povos indígenas celebraram com canções e vivas quando 196 países concordaram em criar um “órgão subsidiário” dedicado a “assuntos de relevância para os povos indígenas e comunidades locais”.
“Histórico. Chegamos por consenso a um grande acordo em torno do Artigo 8J com 3 grandes conquistas na COP16 Colômbia”, expressou na rede social a ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, Susana Muhamad, presidente do encontro.
Este é o primeiro grande avanço da 16ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP16), que foi inaugurada em Cali no dia 21 de outubro e continuou até a noite desta sexta-feira sem grandes acordos. A disputa sobre as modalidades de obtenção de financiamento para planos de conservação da natureza atrasou a tomada de decisões.
“Este é um momento sem precedentes na história dos acordos ambientais multilaterais”, declarou Camila Romero, representante indígena do Chile. “As partes reconheceram a necessidade contínua da nossa participação plena e eficaz, do nosso conhecimento e inovações, tecnologia e práticas tradicionais”, acrescentou.
Os delegados também concordaram com um papel específico para as comunidades afrodescendentes no novo órgão subsidiário, embora alguns detalhes ainda tenham de ser finalizados.