Um grupo de congressistas da Rede Global de Parlamentares por um Futuro Livre de Combustíveis Fósseis (PFFF) está participando da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade em Cali (COP16). Durante o evento, eles apelam aos governos por uma transição gradual para energias limpas, com o fim progressivo dos combustíveis fósseis, especialmente em áreas megadiversas.

Onze parlamentares de sete países latino-americanos enviaram uma carta à ministra do Meio Ambiente da Colômbia e presidente da COP16, Susana Muhamad, propondo um acordo em que os países se comprometam a interromper gradualmente os projetos de exploração de combustíveis fósseis em áreas críticas para a biodiversidade, com foco na Amazônia.

Entre as atividades planejadas está a primeira audiência pública sobre a exploração de petróleo e gás na Amazônia. O evento contará com depoimentos de comunidades indígenas da Colômbia, Equador, Peru, Brasil e Bolívia, bem como de cientistas especializados, ONGs e autoridades governamentais.

“A guerra climática que devasta o planeta resulta de economias predatórias que concentram riqueza, aumentam desigualdades, exploram populações e ecossistemas, enfraquecem leis ambientais e capturam a política. Povos e comunidades tradicionais são grandes protetores da biodiversidade e do meio ambiente!”, afirmou Celia Xakriabá, representante do Brasil.

O objetivo da audiência é reunir informações sobre a atual situação da exploração de petróleo e gás no bioma amazônico e iniciar a formulação de um relatório que será publicado antes da COP30, programada para o próximo ano no Brasil.

A crise climática e a perda de biodiversidade estão profundamente interligadas, sendo a exploração de petróleo, gás e carvão um dos principais motores de ambas. “A conexão entre a exploração de combustíveis fósseis e a degradação dos ecossistemas agrava os impactos das mudanças climáticas e coloca em risco áreas essenciais para a biodiversidade global, como a Amazônia e outros ecossistemas terrestres e marinhos frágeis.”

“Este apelo destaca a importância de uma transição energética justa, que assegure os direitos e a participação dos povos indígenas e das comunidades locais, cujos territórios desempenham um papel vital na conservação da biodiversidade e atuam como barreiras contra o desmatamento e a degradação do solo”, afirmam os parlamentares.