Nesta quinta-feira (16), Dia Mundial da Alimentação e da Soberania Alimentar, a Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista (Copacon), localizada no Assentamento Eli Vive, em Londrina, inaugura o Complexo Agroindustrial de Grãos Agroecológico — uma estrutura com capacidade para beneficiar até 40 toneladas de feijão em apenas oito horas de trabalho.

O ato de inauguração contará com a presença de ministros, autoridades políticas e do economista João Pedro Stédile, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A Copacon já mantém uma agroindústria de milho 100% livre de transgênicos, responsável pelo beneficiamento de grãos e derivados como fubá, biju e canjiquinha. Com a nova agroindústria do feijão, a cooperativa passa a atender outra importante demanda dos produtores locais, fortalecendo a comercialização do grão — tradicionalmente cultivado na região entre uma safra de milho e outra.

Produção de feijão agroecológico no assentamento. Foto: Valmir Fernand

O novo espaço representa um avanço significativo para a agricultura familiar, que vem incorporando cada vez mais tecnologia à produção e à agroindustrialização de alimentos. A unidade conta com equipamentos modernos de seleção, limpeza e empacotamento, garantindo maior qualidade e adequação aos padrões de mercado.

Copacon: uma década de história

Criada em 2015, para organizar a produção de milho e hortaliças dos assentados, a Copacon conta atualmente com 500 associados e entrega, por ano, cerca de duas mil toneladas de alimentos para escolas do Paraná, por meio de programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

A nova agroindústria também deverá gerar cerca de 30 novos postos de trabalho para a comunidade do Assentamento Eli Vive.

Feijão-carioca, comercializado pela cooperativa. Foto: Camila Calaudiano

O diretor-presidente da cooperativa, Fábio Herdt, explica que a unidade será capaz de atender toda a região, contemplando desde pequenos até grandes produtores. Ele destaca ainda a importância da industrialização no contexto da Reforma Agrária:

“São equipamentos com tecnologia de ponta, capazes de identificar e separar o feijão preto do carioca, realizando o processamento com a maior qualidade possível. Vamos poder comercializar o produto a preço justo, valorizando o trabalho dos agricultores”, afirma.