Contrabando de ouro ilegal na Amazônia tem relação com NY
Um brasileiro goiano e dois estadunidenses foram abordados no aeroporto de Manaus pela PF, que estava interessada na mala rosa que carregavam, que continha 35 quilos de ouro amazônico, o equivalente a R$ 10 milhões de reais.
O ouro ilegal e a sua Manhattan Connection, e não estamos falando de um programa de televisão. Um brasileiro goiano e dois estadunidenses foram abordados no aeroporto de Manaus pela Polícia Federal (PF), que estava interessada na mala rosa que carregavam, com razão. Ela continha 35 quilos de ouro amazônico, o equivalente a R$ 10 milhões de reais.
Os nova-iorquinos Frank Giannuzzi e Steven Bellino e o goiano Brubeyk Nascimento são personagens de reportagem da Repórter Brasil (@reporterbrasil), que conta como uma empresa de Nova York tem ligação com o contrabando de ouro ilegal na Amazônia. A mala, de acordo com o trio, era de aproveitamento de jóias derretidas, o que foi verificado falson o aeroporto mesmo, com um teste simples, e depois testado novamente, comprovando com uma análise que detectou impurezas “frequentemente encontradas em ouro de garimpo e nunca encontradas em material reciclado”. O ouro, chegando em Nova York, é refinado a poucas quadras do escritório da empresa do trio, a Doromet.
A reportagem informa que “os laudos da PF dizem que o ouro veio da Província Aurífera do Tapajós, no sudoeste do Pará, onde estão três das terras indígenas mais afetadas pela mineração ilegal no país: Munduruku, Sawré-Muybu (Pimental) e Sai-Cinza, segundo estudo do Mapbiomas.” A Doromet, fica em Manhattan, bairro de Nova York, e importa o minério para os EUA e Turquia, para a Istanbul Gold Refinery, que já foi citada na Bolsa de Valores dos EUA como fornecedora de ouro de centenas de empresas, incluindo gigantes de tecnologia como Apple, Tesla, Alphabet (Google) e Microsoft. A informação só ficou disponível pelo processo judicial que um antigo sócio abriu, por não estar recebendo sua participação no negócio.
Essa apreensão no aeroporto foi uma remessa retida, enquanto diversas outras foram feitas para outros países. Nascimento tentou comprovar a legitimidade da carga apreendida apresentando à Justiça documentos do austríaco naturalizado brasileiro Werner Rydl, que tem um histórico de envolvimento irregular com comércio de ouro e tem contrato com a empresa do goiano. Agora, o ouro que está em posse da União segue em disputa judicial com a Doromet, sendo julgado pela 3ª turma do TRF-1, com dois magistrados sendo favoráveis à devolução do metal precioso à empresa. Os dois são alinhados ao ex-presidente Bolsonaro. A Associação Nacional de Mineração (ANM) informou à Repórter Brasil que tem amparo legal para levar o ouro a leilão mesmo antes do fim das disputas judiciais, o que deve fazer até o final do ano.