Por Jennifer Camargos e Ana Luiza Giraldi, para Cobertura Colaborativa #NECParis2024

Sendo uma junção do vôlei convencional com sitzball, esporte alemão praticado por pessoas com mobilidade reduzida que jogam sentadas, o voleibol sentado surgiu em 1956 – inicialmente desenvolvido como exercício de reabilitação para soldados feriados – e tornou-se esporte paralímpico em 1980.

Ganhando destaque nas Paralimpíadas de Atenas, em 2004, a modalidade passou a ser disputada em sua totalidade por atletas sentados. Além disso, foi na Paralimpíada de Atenas que as mulheres fizeram sua estreia na modalidade. O Brasil, porém, estreou na disputa no naipe masculino no ano de 2008, em Pequim. A estreia no naipe feminino seria realizada 4 anos depois, em Londres.

Após conquistar duas medalhas de bronze em Paralimpíadas, em Paris, com um time unido e focado, a seleção feminina buscará o bronze. Peça chave e uma das maiores pontuadoras do Brasil até aqui, a atleta Suellen Cristine Dellangelica Lima, conversou com o Ninja Esporte Clube sobre a sua trajetória no vôlei sentado e sobre o trabalho realizado em Paris.

Suellen Cristine é jogadora do clube SESI Suzano, já foi 17 vezes Campeã Brasileira, conquistou bronze nas Paralímpiadas Rio 2016, prata no Parapan de Toronto em 2015 e ouro no Mundial Sarajevo 2022. 

Entrevista com Suellen Cristine

Como e quando começou no vôlei sentado?

Comecei no vôlei convencional aos 12 anos, em uma escolinha da Prefeitura. Conheci o vôlei sentado dos 15 para 16 anos, quando o Ronaldo, técnico da seleção na época, me convidou para conhecer a modalidade.

Qual foi o seu maior desafio da carreira? 

Meu maior desafio foi a cirurgia no ombro direito. Em 2016 participei da Paralimpíada com o ombro já lesionado, e no final de 2018 precisei operar. Foi um momento bem difícil porque foi no braço direito, o braço que tenho a mão; e eu demorei muito tempo para conseguir voltar a movimentá-lo. Ali eu achei que minha carreira tinha acabado. Outro desafio foi quando tive o Murilo, mas depois percebi que conseguiria continuar.

Você foi 17 vezes campeã brasileira. Como foi ganhar esse título pela primeira vez e como foi ganhar pela 17ª vez?

O primeiro título foi uma das coisas mais emocionantes que eu já vivi. O último título também. Por mais que seja 17 vezes, cada conquista, cada título é diferente.

Você tem estado muito bem na competição até aqui. Acredita que o seu psicológico auxilia no seu bom desempenho nas partidas?

Com certeza! Comecei a trabalhar o psicológico no início do ano até aqui, e eu tenho certeza que todo o meu desempenho é graças a isso.

Quem é sua maior inspiração?

Minhas maiores inspirações são minha mãe e minha avó. São mulheres batalhadoras que não desistiram apesar dos percalços. Na carreira tenho a Silvana, que foi precursora do vôlei sentado e foi a pessoa mais habilidosa que eu já vi jogar. Além da Janaína, que joga junto comigo. 

Suellen Cristine, com sua equipe, vão em busca da terceira medalha de bronze em Jogos Paralímpicos. A disputa pelo bronze acontecerá no próximo sábado(7), às 10h. O adversário do Brasil será o Canadá.