Por Luiza Corrêa

Toda convocação de Olimpíadas ou de torneios de seleções, nós, grandes fãs de esporte, ficamos de olhos bem abertos para comemorar caso algum dos atletas do nosso time do coração seja chamado. Todo torcedor sabe que a central Thaisa é a capitã da equipe de vôlei do Minas Tênis Clube, que a lateral Tamires é camisa 37 do Corinthians e que Gabi Moreschi é o paredão que defende o gol do time alemão HB Ludwigsburg. Mas você sabia que os clubes não são importantes apenas para a formação e desenvolvimento de atletas de esportes coletivos?

Os chamados clubes poliesportivos são basicamente clubes sociais onde se valoriza e pratica diversos esportes. Nos mesmos centros podemos ter de natação e tênis de mesa até as mais diversas lutas acontecendo, isso sem contar os esportes de quadra e quadra de areia. Estes locais moldam atletas e são uma grande fonte de apoio para que praticantes de esportes com menos cobertura da mídia quando não estamos em época de Olimpíada possam seguir suas carreiras. 

O Brasil é um grande exportador de talentos esportivos e isso se estende para muito além do vôlei de quadra e do futebol. Somos uma máquina de ginastas incríveis, tenistas obstinados e triatletas perseverantes – não à toa ficamos em segundo lugar no quadro de medalhas dos jogos Pan-Americanos de Santiago em 2023. 

Se você não conhece quais são os clubes que mais estarão contribuindo com o Time Brasil em Paris, vem com a gente que vamos te mostrar!

ESPORTE CLUBE PINHEIROS (34 atletas)

Ingrid Oliveira. Foto: Divulgação


Situado na zona sul de São Paulo, o maior clube poliesportivo da América Latina lidera a lista com um total de 34 atletas inscritos para disputarem os Jogos Olímpicos de 2024. Não é a primeira vez que o Pinheiros atinge esse feito, já que em 2021 conseguiu levar 36 de seus esportistas para Tóquio. O clube fundado em 1899 já foi responsável por treze medalhas olímpicas para o Brasil e pretende aumentar esse número em Paris.

Foto: FIVB/Divulgação

Um dos destaques dos atletas pinheirenses é a dupla de vôlei de praia Carol Solberg e Bárbara Seixas, que garantiram o carimbo no seu passaporte com a classificação para a semifinal da etapa de Tepic do Circuito Mundial. As brasileiras também ganharam o Elite 16 em Doha, título inédito para elas. No momento, elas ocupam a quinta posição no ranking da Federação Internacional de Voleibol (FIVB). 

Fazendo companhia à dupla, alguns nomes mais experientes também pavimentam seu caminho até Paris para defender a camisa verde e amarela. Ingrid Oliveira é uma das melhores saltadoras da história do Brasil e garantiu o quarto lugar no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2022. A detentora da medalha de bronze nos 10m sincronizado no Pan-Americano de Santiago vai para a sua terceira Olimpíada seguida e, dessa vez, espera trazer uma medalha para casa. 

PRAIA CLUBE (14)

Foto: FIVB

Todo fã de vôlei que acompanha a temporada de clubes conhece muito bem esse nome. Com uma equipe forte e uma gestão extremamente competente, o Praia esteve presente em todas as finais dos campeonatos que competiu na última temporada. Contudo, nem só de vôlei de quadra vive o aurinegro fundado em 1935 em Uberlândia, Minas Gerais. 

Se for na areia, as voleibolistas do clube também dão show e é o que veremos na bela arena montada às margens do rio Senna quando Duda e Ana Patrícia estrearem em Paris. Mesmo com a maré um pouco baixa para a dupla nas competições que antecedem as Olimpíadas, é claro que elas estão preparadas para participar pela primeira vez dos jogos. A dupla que retomou parceria em 2022 segue ocupando o primeiro lugar no ranking da FIVB. 

Foto: Praia Clube

Além delas, a mesatenista que já é histórica, Bruna Alexandre também veste amarelo e preto. Bruna é a maior medalhista do tênis de mesa paralímpico e atualmente ocupa a segunda posição do ranking mundial. A atleta vem há tempos se consolidando como um dos principais nomes do tênis de mesa no Brasil e seu esforço para tal será compensado com o título de primeira brasileira a disputar tanto as Olimpíadas, quanto as Paralimpíadas em uma mesma edição. 

CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO (10 atletas) 

Foto: COB

Para qualquer flamenguista que goste de futebol, domingo é dia de ir ao Maracanã torcer pelo time que é fã. Contudo, se depender do Flamengo, todo dia é dia de assistir aos mais diversos esportes que o rubro-negro tem a oferecer. Originalmente fundado como uma agremiação para a prática do remo em 1825, o Clube da Gávea é muito mais do que a casa de um time de futebol multicampeão. O Clube de Regatas do Flamengo é responsável pela participação de mais de 160 atletas e a adição de 25 medalhas olímpicas ao quadro brasileiro.

Foto: Reprodução/Instagram

É inegável que, depois do remo e do futebol, a ginástica é a maior arma do Flamengo. Sendo assim, os três maiores nomes da ginástica feminina que acompanham o Time Brasil vestem vermelho e preto. Jade Barbosa, Flávia Saraiva e, claro, Rebeca Andrade são joias forjadas em solo carioca e vão à Paris com foco total em aumentar – ainda mais – o quadro de medalhas do Mengo. Uma curiosidade interessante é que quem desenhou os collants que serão usados pelas meninas da ginástica foi a própria Jade.
Além das rainhas brasileiras da ginástica, o clube também conta com um gigante das águas. Medalhista em Tóquio na modalidade C-1 1000, Isaquias Queiroz é o maior nome da canoagem brasileira na atualidade. Depois de um tempo fora, Isaquias voltou a ser atleta do Flamengo em 2019 e segue no clube até hoje. 

MINAS TÊNIS CLUBE (8 atletas)

Foto: Orlando Bento/Minas Tênis Clube

Assim como quando se fala do co-rival, é impossível ler o nome Minas Tênis Clube e não pensar diretamente no pentacampeonato da Superliga feminina conquistado no lotado Ginásio Geraldão em Recife, Pernambuco. É inegável que o vôlei é o carro chefe do clube de Belo Horizonte fundado em 1935, tanto que quatro de seus voleibolistas carimbaram passaporte para Paris. 

Yonkaira Peña é a ponteira titular da seleção dominicana e chega embalada por uma grande temporada de clubes e uma longa temporada de seleções. Mesmo ainda não tendo estreado com as cores do time, a oposta holandesa Celeste Plak já consta na lista de convocados pelo Minas. Do lado dos meninos, Isac Viana vem como opção de central para disputar sua primeira Olimpíada pelo Time Brasil.

Foto: Hedgard Moraes/Minas Tênis Clube

Seguindo a leva de voleibolistas convocados, o maior destaque do Minas talvez seja também o maior destaque da Seleção Feminina de Vôlei. A bicampeã olímpica, Thaisa Daher, vai em busca de sua terceira medalha de ouro e não aceita menos que isso. Em um vídeo gravado pela equipe de mídia da CBV, a central confessou que está torcendo para que o ponto dourado seja dela. Honestamente, nós também.

CONFIRA ABAIXO A LISTA COMPLETA DE ATLETAS POR CLUBE BRASILEIRO:

Esporte Clube Pinheiros (SP) – 34 atletas

Sem Clube –  25 Atletas 

Praia Clube (MG) – 11 atletas

Clube de Regatas do Flamengo (RJ) – 10 atletas

Minas Tênis Clube (MG) –  8 atletas

Universidade Santa Cecília (SP) – 8 atletas

Sesi (SP) – 7 atletas

Sport Club Corinthians Paulista (SP) – 7 atletas

SOGIPA (RS) – 6 atletas

IATE Clube (RJ) – 4 atletas

RIO Yacht (RJ) – 4 atletas

Associação Nipo Brasileira de São Caetano do Sul (SP) – 3 atletas

Botafogo de Futebol e Regatas (RJ) – 7 atletas

Grêmio Náutico União (RS) – 3 atletas

Instituto Elisângela Maria Adriano (SP) – 3 atletas