Conheça os paratletas LGBTQIAP+ que representaram o Brasil nas Paralimpíadas de Paris
Brasil é o país com mais paratletas queer que disputam a competição, são oito entre os 44 do total.
Por Alice Lichotti, para Cobertura Colaborativa #NECParis2024
As Paralimpíadas de Paris marcam um momento histórico para o Brasil. Além de superar seu recorde de medalhas em uma única edição, a delegação brasileira conta com o maior número de atletas LGBTQIAP+ assumidos publicamente na competição. Segundo levantamento do site Outsports, o Brasil possui oito paratletas LGBTQIAP+, ultrapassando outras 13 delegações, incluindo Grã-Bretanha e Estados Unidos, ambas com sete representantes.
Além do feito brasileiro, os Jogos de Paris estabeleceram um recorde próprio. Ao todo, 44 paratletas LGBTQIAP+ estão competindo, superando os 36 de Tóquio e os 12 da Rio 2016. O levantamento do Outsports considera atletas que se identificaram publicamente como gays, lésbicas, bissexuais, transexuais ou queer.
Os oito paratletas LGBTQIAP+ brasileiros competem em cinco modalidades: judô, levantamento de peso, taekwondo, atletismo e natação. Conheça mais sobre cada um deles:
Alana Maldonado
Alana Maldonado possui três medalhas paralímpicas, a mais recente foi o ouro nesta edição, na categoria 70kg, classe J2 (para atletas com baixa visão). Anteriormente, conquistou o ouro em Tóquio e a prata no Rio. Criada em uma família de judocas, começou no esporte aos quatro anos e conheceu o judô paralímpico em 2014, após entrar na faculdade. Diagnosticada com a Doença de Stargardt aos 14 anos, Alana segue uma trajetória vitoriosa e lidera o ranking mundial em sua categoria.
Mateus Assis
Em Paris 2024, Mateus ficou na 5ª colocação no levantamento de peso, competindo na categoria até 107kg, com a participação de nove halterofilistas.
Ao longo de sua carreira, Mateus acumula conquistas em competições internacionais: prata na categoria até 97kg nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019, vice-campeonato mundial na Cidade do México em 2017, e ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens, em São Paulo, no mesmo ano.
Suzana Nahirnei
Suzana Nahirnei estreou nas Paralimpíadas com o terceiro melhor índice mundial no arremesso de peso, categoria F46 (para atletas com comprometimento motor nos braços ou ausência de membros). Em 2022, foi campeã no Grand Prix de Notwill e, em 2023, terminou o Campeonato Mundial em 6º lugar. Mesmo após uma lesão no pé a um mês dos Jogos, Suzana conseguiu a quinta colocação em Paris, com um arremesso de 11,43m.
Ela foi ouro no arremesso de peso e lançamento de dardo no Grand Prix de Notwill 2022.
Débora Menezes
Débora Menezes é a principal representante do parataekwondo brasileiro e conquistou a prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Em Paris, a atleta competiu na categoria acima de 65kg, ficando na quarta colocação.
Ao longo de sua carreira, Débora acumula diversos títulos: prata na categoria acima de 65kg nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, bronze no Mundial do México 2023, prata no Pan-Americano do Rio de Janeiro 2022, bronze nos Grand Prix de Manchester e Paris 2022, prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, prata nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019 e ouro no Campeonato Mundial de 2019, realizado na Turquia.
Paulista e bacharel em Educação Física, Débora conheceu os esportes paralímpicos ao final da graduação. Inicialmente competiu no lançamento de dardo até 2013, quando começou a praticar taekwondo paralímpico como hobby. Em 2015, recebeu o convite para se dedicar ao alto rendimento.
Jardênia Felix
Com apenas 21 anos, Jardênia Felix disputou sua segunda Paralimpíada. Em Paris, a atleta ficou em quinto lugar no salto em distância T20 (para atletas com deficiência intelectual). Na modalidade, Jardênia já conquistou bronze no salto em distância no Mundial de Paris 2023, bronze nos 400m nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, além de bronze nos 100m e 200m no INAS Global Games de 2019.
A atleta protagonizou uma das cenas mais românticas dos jogos em solo parisiense. Após sua prova, Jardênia aproveitou o momento e pediu sua namorada em casamento. “Infelizmente a medalha não veio, mas veio o pedido. Oi família, vou casar!”, brincou a atleta.
Mari Gesteira
Mari Gesteira, conquistou duas medalhas de bronze nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, nas provas dos 100m costas S9 e 100m livre S9. Ao longo de sua carreira, Mari acumula três medalhas paralímpicas e uma série de conquistas importantes, como ouros e pratas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 e no Mundial de Manchester 2023, além de bronzes nos Jogos de Tóquio 2020 e no Mundial da Ilha da Madeira 2022.
Patricia Pereira dos Santos
Patricia Pereira dos Santos conquistou sua primeira prata individual nos 50m peito SB3 e um bronze no revezamento 4x50m livre misto nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Ao longo de sua carreira, ela acumula importantes conquistas, como os ouros nos 50m peito e nos revezamentos dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, além de medalhas em Mundiais e nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e Rio 2016.
Edênia Garcia
Veterana da natação, Edênia Garcia competiu em sua sexta Paralimpíada e é dona de três medalhas paralímpicas. Em Paris, ela ficou em 5º lugar nos 50m costas S3 e em 8º nos 100m livre. Com uma carreira de sucesso, Edênia é tetracampeã mundial e segue como uma referência na natação paralímpica brasileira.