Por Augusto Edinger e Henrique Chiapini

Paris 2024. Ciclo mais curto e, em tese, atípico. Na verdade, isso passou longe de ser um problema para vários atletas olímpicos, entre eles, Ana Luiza Caetano e Marcus D’Almeida. Ambos vivem uma das melhores fases na história da modalidade para o país. Marcus é atualmente o melhor da sua categoria no mundo. Entre os inúmeros feitos do brasileiro, o mais recente: vencer a Copa do Mundo em 2023 no México, desbancando um dos principais rivais também em Paris, Lee Woo Seok.

O Tiro com Arco surge ainda na pré-história, como uma atividade de atingir um alvo utilizando pedaços de madeiras com extremidades pontiagudas, podendo ser de materiais variados, conforme a evolução das espécies. Com a introdução a armas de fogo, o Tiro com Arco perdeu relevância. Casualmente, o esporte é olímpico desde 1900, na segunda edição de esporte olímpicos de verão, que foi realizada em Paris.

ENTENDENDO CATEGORIAS

O Tiro com arco contém ao todo cinco categorias, entre masculina, feminina, mista, composto e recurvo. Portanto, para entender o contexto dos nossos atletas, é bom entender o contexto do esporte.

A origem do arco é primitiva, arco longo e reto, bem no estilo Robin Hood. Dele, veio o recurvo e o longo, depois o composto, que são de fato as duas principais modalidades. O arco recurvo é utilizado nas competições olímpicas, sendo uma evolução do arco tradicional, conhecido como “longbow”. Suas melhorias incluíram a alça e ele também possui uma corda entre as extremidades.

Já o arco composto surge em 1969. Foram aproximadamente 30 anos de desenvolvimento. Essa denominação vem porque apresenta cabos e roldanas que dão conforto ao arqueiro e potencializam o disparo. Além de tudo isso, ainda há miras telescópicas que aumentam a imagem do alvo de quatro em até 12 vezes.

MARCUS D’ALMEIDA

Foto: 2022 World Archery Federation

Vencedor do Prêmio Brasil Olímpico de 2022, Marcus viveu um ano mágico em 2023, além de conquistar três medalhas de ouro, sendo uma delas o “The Vegas Shoot”, uma das principais etapas do circuito de Tiro com Arco, que o colocou na posição de número um do mundo. Sua pior competição foi um terceiro lugar em Berlim, mas o carioca de 26 anos vem como um dos favoritos para buscar a inédita medalha na modalidade para o Brasil.

Nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, Marcus não foi bem na qualificação, terminando em 40º lugar. Entretanto, na fase eliminatória, o brasileiro superou dois adversários, caindo apenas nas oitavas de final para o italiano Mauro Nespoli, que chegou a conquistar a prata no Japão.

Em Paris, Marcus D’Almeida sonha em trazer uma medalha para o Time Brasil. Para isso, o atleta precisa terminar em uma posição melhor na qualificação, para que não enfrente logo de cara os principais arqueiros do mundo. As expectativas geradas em cima dele são altas, mas qualquer posição acima do nono lugar já será histórica para o país.

ANA LUIZA CAETANO

Foto: 2022 World Archery Federation

Ana Luiza Caetano foi eleita a melhor atleta sub-21 do mundo pela World Archery das Américas. Ela foi ouro no Sul-Americano de 2023 e bronze representando o Brasil na Copa do Mundo, que aconteceu na Colômbia, em 2022. Porém, a vaga de Ana Luiza foi garantida por outra Ana.

Ana Clara Machado levou o Time Brasil a Paris por conta de seu resultado nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, em 2023. No entanto, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) decidiu, no dia 30 de junho, que Ana Luiza representaria a equipe feminina na competição.

Natural de Maricá, a brasileira fará dupla com Marcus D’Almeida. Em comunicado para a prefeitura da cidade, Ana destacou a sua emoção ao participar dos Jogos Olímpicos de Paris. “Eu não poderia estar mais feliz nesse momento. Rumo a minha primeira Olimpíada, ao lado do Marcus D’Almeida. Obrigada a todo mundo que fez esse momento possível e por todo o apoio para tornar esse sonho realidade”.

DATAS E HORÁRIOS

O tiro com arco começa no dia 25 de julho, antes mesmo da abertura dos Jogos, programada para acontecer no próximo dia 27. Marcando a sua estreia, Ana Luiza Caetano disputará a fase de classificação da categoria individual feminina, prevista para começar às 4:30, pelo horário de Brasília.

Já Marcus D’Almeida inicia sua trajetória nas Olimpíadas no mesmo dia, porém às 9:15, pelo horário de Brasília. O número um do mundo vem em busca da tão sonhada inédita medalha para o Time Brasil, disputando a categoria individual masculina.