Conheça o sistema antidoping montado para os Jogos Olímpicos de Paris
O exame é uma ferramenta de controle dos Jogos Olímpicos para garantir que todos os atletas compitam de forma igualitária em suas modalidades.
Por: Ingrid da Cruz
Os Jogos Olímpicos é o maior evento esportivo do mundo. Em Paris, serão 48 modalidades, que contarão com 329 eventos divididos ao longo da edição de 2024. Para cada modalidade, são elaboradas regras para saltos, distâncias a serem percorridas ou atingidas. Fora das quadras, campos e velódromos, as regras antidoping para Paris 2024 foram revisadas e pensadas para garantir rapidez e precisão dos resultados, para que todos os atletas se enfrentassem de forma igualitária. O sistema antidoping foi implementado a partir dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos da década de 1960.
O que é doping?
De acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), é considerado doping toda substância ou método capazes de aumentar significativamente o desempenho do atleta, que comprometa a saúde do atleta, de seus adversários ou coloque em risco o espírito esportivo da competição. Para o comitê, o doping pode ser detectado por substâncias que aumentem o desempenho do atleta na hora das competições, assim como tecnologias não reportadas à entidade, que permitam que o atleta tira vantagem em cima do resultado de seus adversários.
Todo o processo antidoping feito antes, durante e depois das competições está sob comando da Agência Mundial Antidopagem (WADA), que terá a responsabilidade de detectar a possibilidade de fraude e sancionar os devidos infratores. Já financiada pelo COI, a Agência Internacional da Testagem (ITA) organiza, planeja e gerencia os resultados positivos ou negativos.
Processo do exame antidoping
Durante a competição, os atletas são acompanhados de perto pelos funcionários e representantes da equipe antidopagem. Durante os jogos de Paris, a equipe será composta por mais de 1000 funcionários, dos quais 800 são responsáveis por acompanhar de perto cada atleta, notificá-los sobre o momento da coleta do exame e supervisioná-los durante todo o processo.
Cada agência é responsável pelas regras e gerenciamento dos exames, e realiza as avaliações de acordo com critérios pré estabelecidos com todas as agências envolvidas por qual o atleta ou equipe passará pelo exame. Dentro da testagem podem ser colhidas amostras biológicas, como urina ou sangue, ou amostras técnicas, como sistema utilizados para monitorar os atletas. Passam por testagem, atletas que tenham tido uma evolução considerável dentro do processo olímpico, incluindo as etapas classificatórias, modalidades específicas que exijam força ou velocidade como levantamento de peso ou atletas que representam países cujo há um histórico de fraude por doping em competições esportivas.
Para cada competição, as substâncias consideradas irregulares podem sofrer alteração. Em Paris 2024, algumas substâncias como cafeína usado como estimulante, corticoides como morfina entre outras estão nas substâncias proibidas. O atleta que testou positivo para o doping, estará sujeito a punições que podem incluir desclassificação, perda da medalha e suspensão da competição.
A baixa brasileira pelo doping
Dias antes do inicio das olimpiadas, o maratonista Daniel Ferreira do Nascimento foi suspenso e assim, ficará de fora das olimpíadas de 2024. O atleta de 25 anos, testou positivo para três substâncias : drostanolona, metenolona e noretiocolanolona, que aumentariam o condicionamento do atleta dentro das provas. O exame foi realizado no último dia 4 de Julho.
Em paralelo a isso, um trio brasileiro espera liberação para competir nas olimpíadas, por falha na aplicação de testes antidoping. Hygor Gabriel (revezamento 4×100 metros), Livia Avancini (arremesso de peso) e Max Batista (Marcha Atlética), não poderiam participar das olimpíadas pois não atendiam os critérios antidoping do COI. Porém, os atletas conseguiram uma liminar na Corte Arbitral do Esporte (CAS), que autoriza a viagem e participam das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos, embora eles aguardem a decisão final da CAS.
Todo esse imbróglio se deu devido a falha de aplicação dos testes antidoping antes da apresentação dos atletas para as olimpíadas. No caso de Max e Lívia, os testes, segundo a World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) deveriam ter sido aplicados entre Setembro de 2023 e Julho de 2024, aplicação essa sendo de responsabilidade da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Em nota, a organização diz que está acompanhando de perto o julgamento dos atletas junto à instância internacional, e garante que todos os testes foram feitos dentro dos protocolos estabelecidos.