Por Laura Dozza Reis, para Cobertura Colaborativa #NECParis2024

Tecnologia de ponta em uma estrutura de 95 mil metros quadrados, combinando espaços indoor e outdoor. Instalações esportivas que atendem 20 modalidades paralímpicas, desde quadras de vôlei sentado até pistas de esgrima e atletismo, passando por campos de futebol de cegos, piscinas e muito mais.

Este é o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, localizado em São Paulo, o maior legado esportivo da Rio 2016, onde também funciona a sede do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Com a missão de posicionar o Brasil entre as maiores potências paradesportivas do mundo, a inauguração do CT Paralímpico em São Paulo impulsionou o desenvolvimento e a execução de iniciativas que massificam o esporte paralímpico no Brasil e promovem a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Essas iniciativas também se expandiram para Centros de Referência em diversos estados brasileiros.

A Escola Paralímpica de Esportes atende crianças e jovens com deficiência física, visual e intelectual, na faixa etária de 7 a 17 anos, em 15 modalidades. | Foto: Alessandra Cabral

Além de receber seleções esportivas, o CT também promove ações de iniciação esportiva para pessoas com deficiência, por meio de projetos sociais e da Escola Paralímpica. O objetivo é melhorar a qualidade de vida das crianças e oferecer oportunidades para que jovens talentos participem de competições de base e, futuramente, de alto rendimento.

Um dos destaques do Centro de Treinamento é a reprodução fiel de um ambiente de competição. Desde o piso até a iluminação, o projeto simula por completo um espaço competitivo. E essa estrutura ainda vai evoluir: o Governo de São Paulo anunciou a construção de um velódromo integrado ao Centro — 51 modalidades esportivas são disputadas em velódromos nas Paralimpíadas.


Foto: Divulgação/Miriam Jeske/CBTM

Da formação no CT à brasileira com mais ouros nas Paralimpíadas

Há oito anos, o Centro de Treinamento Paralímpico colabora na formação de campeões, com destaque para a nadadora pernambucana Maria Carolina Santiago. No dia 2 de setembro, ela se tornou a mulher brasileira com mais ouros na história dos Jogos Paralímpicos ao vencer a prova dos 50m livre S13 para deficientes visuais.

Com três medalhas ainda em disputa nas provas individuais — 200m medley S13, 100m livre S12 e 100m peito SB12, além do revezamento 4x100m livre misto — Carol Santiago já conquistou ouro nos 100m costas S12, somando, com as conquistas de Tóquio 2020, cinco ouros, uma prata e um bronze.

Foto: Giovanna Pinheiro

Em entrevista ao site do Comitê Paralímpico Brasileiro, Carol comentou: “Sou cria mesmo do CT. Desde que comecei a competir no Movimento Paralímpico, foi aqui no CT que treinei, com a comissão técnica daqui, com os profissionais daqui me acompanhando. Eu me sinto muito em casa. Quando chego, eu digo: ‘Meu Deus, é meu lugar’. Eu me sinto bem para realizar o que eu quiser realizar. Consigo simular uma competição internacional paralímpica no CT.