Por Laura Süssekind

Murilo Hauser e Heitor Lorega se destacam como dois, incrivelmente talentosos, roteiristas do cinema brasileiro contemporâneo. Como merecido reconhecimento, acabam de vencer o prêmio de Melhor Roteiro no prestigiado Festival de Veneza 2024, pelo filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, que emocionou o público e foi aplaudido por 10 minutos.

O longa, como no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, aborda o sequestro de Rubens Paiva durante a ditadura militar pela perspectiva de sua esposa, Eunice Paiva – interpretada em diferentes fases por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.

Nascido em Curitiba, Murilo Hauser trabalha como roteirista e diretor, além de colaborador da Sutil Cia. de Teatro. Ele participou da criação de peças marcantes, como “A Vida É Cheia de Som e Fúria” e “Avenida Dropsie”. No cinema, é reconhecido por seu trabalho em “A Vida Invisível” (2019), que co-escreveu ao lado de Karim Aïnouz e Inés Bortagaray. Este filme conquistou o Grand Prix da mostra Un Certain Regard no Festival de Cannes. “O Marinheiro das Montanhas” (2021), também em parceria com Aïnouz, é outro projeto marcante ao qual contribuiu como roteirista. 

Além disso, o roteiro de “Corte Frio” foi um projeto que lhe rendeu uma bolsa do Projeto Paradiso em 2020. Sua lista de projetos como roteirista também se estende a curtas, como “Silêncio e Sombras” (2009), “Meu Medo” (2010) e “Bergman’s Hammars” (2018), além de ter sido diretor em alguns desses projetos.

Sua trajetória acadêmica é também marcante, com um diploma de Master of Fine Arts em roteiro pela University of Southern California, onde foi bolsista Fulbright. Ademais, Hauser é tutor do Laboratório Cena 15 da Escola Porto Iracema das Artes em Fortaleza, e integra o Núcleo de Desenvolvimento da VideoFilmes desde 2018. Seus trabalhos em teatro e cinema são reconhecidos internacionalmente, com prêmios recebidos ao redor do mundo.

Heitor Lorega, além de “Ainda Estou Aqui” (2024), também participou do roteiro de “O Marinheiro das Montanhas” (2021), dirigido por Karim Aïnouz. Além de seu trabalho como roteirista, Lorega tem experiência em outras áreas do cinema. Ele foi assistente de direção de arte nos curtas-metragens “Duda” (2019), “The Heirs” (2017) e “O Estacionamento” (2016). Como produtor, destacou-se no curta “Eu Não Posso Fazer Nada” (2018).

Ambos possuem carreiras notáveis e promissoras, e levam mais do Brasil para o mundo.