Conceição do Mato Dentro cancela show milionário de Gusttavo Lima após polêmica
Show da dupla Bruno e Marrone também foi cancelado
A prefeitura da cidade de Conceição do Mato Dentro (MG) anunciou o cancelamento dos shows de Gusttavo Lima e da dupla Bruno e Marrone após polêmica envolvendo uso indevido dos valores da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem).
O município, com pouco mais de 17 mil habitantes, havia contratado o show do cantor Gusttavo Lima pelo valor de R$ 1,2 milhão, com dinheiro que só deveria ser usado em investimentos para educação, saúde e infraestrutura.
O caso veio à tona após a exposição de diversos contratos entre cantores sertanejos e prefeituras de pequenas cidades. O Ministério Público investiga, por exemplo, a agenda de Gusttavo Lima em Roraima após contrato de cachê de R$ 800 mil para a 24ª edição da Vaquejada da cidade, que deve ocorrer em dezembro.
O contrato foi relevado pelo Estado de Minas, indicando que a prefeitura irá pagar hospedagem de 40 pessoas da equipe do cantor “no melhor hotel da cidade”, além dos gastos diários de alimentação e transporte local para o artista, músicos, técnicos e produção.
A 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos, evento que acontece entre os dias 17 a 23, também terá como atração os cantores Bruno e Marrone, contratados por R$520 mil, e Israel e Rodolffo, por R$ 310 mil. Os contratos somados ultrapassam o custo de R$ 2,3 milhões.
O município tem população estimada de 17.438 pessoas, o que equivale a cerca de R$130 por morador da cidade para realização da festa.
A polêmica acontece meio a uma investigação em andamento no Ministério Público de Roraima (MPRR) sobre a contratação de um show do cantor pela prefeitura da cidade de São Luiz, em Roraima.
Sobre a investigação, Gusttavo Lima declarou nessa quinta-feira, dia 26, que “não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas”.
Ele também canta no aniversário de Magé, no Rio de Janeiro, por R$ 1 milhão, valor que é dez vezes maior que todo investimento anual da cidade em atividades artísticas e culturais.
A discussão sobre cachês pagos por prefeituras começou quando o sertanejo Zé Neto criticou o acesso a Lei Federal de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet, durante um show financiado com recursos públicos.
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