Por Júlia Paschoalino Robert, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

Os atletas-guia são figuras comuns no esporte paralímpico. São eles que guiam e auxiliam os atletas com deficiência visual durante as competições, seguindo regras que podem variar conforme a modalidade e a classe competitiva.

Costumamos observar a presença dos atletas-guia nas provas de atletismo. Eles entram na pista durante as corridas, unidos aos atletas paralímpicos por uma corda presa em uma das mãos. Para que a parceria entre ambos possa funcionar com êxito, os dois precisam treinar juntos, buscando sincronia e coordenação nas passadas. É regra comum em todas as provas e classes competitivas que os atletas devem correr juntos, lado a lado, sem que o guia possa impulsionar ou empurrar o atleta paralímpico de alguma forma.

A participação do atleta-guia segue regras distintas a depender da prova em disputa e da classe em que se encaixa a deficiência visual do paratleta. Por exemplo, segundo o site do Comitê Paralímpico do Brasil, o uso de atletas-guia é obrigatório para os competidores da classe T11, que têm cegueira total. Já para os atletas T12, com baixa visão, correr acompanhado de um guia é opcional. Para os competidores com campo visual restrito, da classe T13, os guias não são permitidos, uma vez que os corredores podem se manter nas raias sem ajuda.

Nas corridas de fundo (5.000m, 10.000m e maratona), o Comitê Paralímpico Internacional permite que cada atleta tenha dois guias para revezar. Na maratona, eles podem fazer a troca nas quilometragens 10, 20 e 30. Já no triatlo, um único guia faz o auxílio durante as três etapas. Além da corrida, onde são unidos pelas mãos, os atletas usam bicicletas de dois lugares para o trecho do ciclismo e são ligados pela cintura ou pela perna na prova de natação.

Desde as paralimpíadas de Londres, em 2012, os atletas-guia sobem no pódio junto aos companheiros e também levam medalhas para casa. O direito à premiação é importante para ampliar o reconhecimento da função do guia, que inclui cumplicidade e treinamentos de alto rendimento para ajudar os atletas na conquista do sonho paralímpico.

Nas provas do atletismo, além dos atletas-guia, existem também os guias indicadores, que orientam os competidores com deficiência visual nas disputas de salto, arremessos e lançamentos. Eles auxiliam dando um aviso, por meio de uma orientação acústica, no momento exato em que o atleta deve saltar ou arremessar, garantindo que ele fique na zona regulamentar e não seja penalizado. Diferente dos atletas-guia, os indicadores não sobem ao pódio.

As competições de atletismo nos Jogos Paralímpicos de Paris acontecem entre os dias 30 de agosto e 8 de setembro. É possível acompanhar as disputas pelo Sportv 2.