Por: Jennifer Camargos e Raquel Lemos

O transporte de cavalos do Time Brasil é um dos maiores desafios do Comitê Olímpico Brasileiro(COB), uma vez que é preciso evitar o máximo de estresse para os animais para não prejudicar a saúde e nem a performance deles nas competições.

Cada um dos animais custa em média milhares de dólares, redobrando o cuidado com a saúde e a organização da documentação deles antes do embarque para o destino. Também é obrigatória a realização de um período de quarentena definido por cada país. 

A viagem precisa ser rápida, por isso os animais são levados de avião. Em cada contêiner são levados até três cavalos e durante todo o trajeto os animais são acompanhados por tratadores e veterinários. Ao chegarem é realizada a aclimatação e adaptação aos locais de treino.

Recentemente, após o vazamento de um vídeo maltratando um animal em treinamento, a atleta Charlotte Dujardin teve a suspensão de seis meses decretada pela Federação Internacional de Esportes Equestres. O acontecimento reacendeu o debate sobre a utilização de cavalos no esporte.

Em Paris 2024 será a última vez que o pentatlo moderno contará com a equitação como uma de suas etapas. A mudança aconteceu após uma atleta alemã ter sido filmada agredindo um cavalo nas Olimpíadas de Tóquio 2020.

Essas medidas, segundo a União Vegana de Ativismo (UVA), mesmo que resolvam problemas pontuais, não dão conta de pensar o bem-estar animal. Isso porque nos esportes equestres, que envolvem humanos e equinos, apenas os humanos são participantes voluntários. 

De acordo com a UVA, o argumento de que cavalos que são “atletas” são excelentemente tratados para terem um desempenho excepcional possui dois problemas: pode-se ser bem tratado fazendo aquilo que não se escolheu fazer. Além disso, a força, os castigos, o abuso e uma vida restritiva dos interesses dos cavalos ocorrem mesmo nos níveis mais altos do esporte.

No entanto, é importante pensar em estabelecer um diálogo com a sociedade civil e as organizações esportivas sobre o uso de animais em esportes. Para a UVA, divulgar conhecimento, e convidar as pessoas a repensarem suas práticas de esporte e lazer é o ponto-chave para que no futuro, a humanidade possa praticar esportes e atividades de lazer sem envolver outros seres que não se beneficiarão com essas práticas.