Com nomes pró-garimpo, comitiva do Senado é vetada na TI Yanomami por risco sanitário
A comissão de senadores que planejava a visita foi criada para investigar a situação dos Yanomami
A comissão de senadores que planejava a visita foi criada para investigar a situação dos Yanomami
O Centro de Operações Estratégicas (COE) Yanomami, órgão do Ministério da Saúde responsável pelas ações na Terra Indígena durante a pandemia, negou a autorização para uma comitiva de senadores visitar o território. A viagem estava agendada para esta quarta-feira (12), mas a recusa foi emitida na terça-feira (11).
A comissão de senadores que planejava a visita foi criada para investigar a situação dos Yanomami. No entanto, a comitiva tem sido criticada por movimentos indígenas desde sua formação, devido a membros ligados ao garimpo ou ao bolsonarismo, como Chico Rodrigues e Mecias de Jesus. Damares Alves também esteve presente em algumas das reuniões do grupo e possivelmente faria parte da viagem.
Desde a declaração do estado de emergência sanitária na Terra Indígena Yanomami, o COE é responsável pela organização e controle das ações na região, incluindo a entrada e saída do território – tarefa que normalmente seria da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). A exceção são as entradas de militares.
Em um e-mail obtido pela reportagem na manhã de terça-feira, o COE respondeu à solicitação da comissão de senadores para visitar as aldeias de quarta (12) a sexta-feira (14). No documento, é solicitado que a entrada de “equipes que não sejam de saúde” na área seja evitada.
“Considerando o surto de malária no território yanomami e a necessidade de ampliar nossos esforços para encaminharmos o maior número de profissionais ao território, o COE Yanomami não aprova essa solicitação, sugerimos os dias 20 a 22/04 para a entrada dos mesmos”, afirmou o COE.
A Funai encaminhou a mensagem a Rodrigues, presidente da comissão, na tarde dessa terça.