Oito dias após o apagão que deixou diversos bairros sem energia elétrica, cerca de 36 mil residências ainda permanecem sem luz em São Paulo, segundo informações da Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica no estado. O prazo dado pelo governo federal para que a empresa regularizasse a situação terminou na terça-feira (15), gerando expectativas e tensão entre moradores afetados.

O apagão, que ocorreu na última quarta-feira (9), foi motivado por uma série de eventos climáticos severos, incluindo ventos fortes e tempestades, que provocaram quedas de árvores e danificaram a rede elétrica. Um trabalhador morreu durante a poda de uma árvore após a tempestade.

Desde o início do apagão, a Enel tem enfrentado críticas pela demora no restabelecimento completo do serviço. Moradores de áreas periféricas e de regiões com menor concentração populacional são os mais afetados, e relatos de dificuldades têm sido frequentes, especialmente de pessoas que dependem da eletricidade para tratamentos de saúde, armazenamento de alimentos e trabalho remoto.

Diante do cenário, o governo federal notificou a Enel, estabelecendo o prazo de seis dias para a normalização do serviço. Caso a companhia não cumprisse com a determinação, poderia enfrentar multas e sanções, além de sofrer novas ações por parte de órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A falta de energia elétrica por um período tão prolongado tem causado diversos prejuízos para a população. Além do impacto direto nas famílias, comerciantes e pequenos empresários relatam perdas financeiras significativas. Mercadorias estragadas, paradas nas linhas de produção e a necessidade de geradores para manter os negócios em funcionamento têm sido alguns dos problemas enfrentados.

Moradores de bairros como Itaquera, Capão Redondo e Grajaú, áreas ainda afetadas, manifestaram sua indignação em redes sociais e até em protestos locais, exigindo soluções mais rápidas por parte da empresa. “Seis dias sem luz é desumano. Temos que ir para casa de parentes para tomar banho, dormir, porque em casa está impossível. A gente só quer o mínimo: luz e água”, desabafou Cláudia de Oliveira, moradora da zona sul de São Paulo.