Por Líllian Pacheco

“Foi muito significativo ter um currículo artístico avaliado e aprovado na Lei Aldir Blanc como jovem, interiorano, gay e negro”, André Fonseca.

A BÊNÇÃO Gilberto Gil, adupé, licença para contar uma história. Gil esteve em Lençóis, na Chapada Diamantina, Bahia, em 2004, falando de uma ideia chamada Ponto de Cultura e de um Do-In Antropológico, uma massagem nos pontos mais energéticos do corpo da cultura do Brasil. Três meninos brincavam nas ruas e rios de Lençóis e o Grãos de Luz e Griô, que já tinha três anos como organização formal premiada nacionalmente pela atuação com a Pedagogia Griô, se tornou um ponto que recebeu essa massagem politicamente revolucionária quando lançou a Ação Griô Nacional.

Dezessete anos depois, as lutas históricas e os ciclos ancestrais reuniram, pela emergência cultural no mundo virtual da pandemia, as diversas lideranças políticas de pontos de cultura da Ação Griô e da Lei Cultura Viva no Brasil para criar a Lei Aldir Blanc.

“A Lei Aldir Blanc foi uma salvação para quem faz arte e cultura. O que falta é incentivo, com ele demos um salto potencial e multiplicamos recursos”, Tainã Pacheco.

Foi assim, que os três meninos lençoenses já crescidos e formados no ponto de cultura em negritude, música, audiovisual, ancestralidade e afetividade também se reuniram para realizarem autônomos o projeto de videoclipe Refugio Particular. E quem é um de seus inspiradores musicais? Gilberto Gil, o ministro do-in.

Esse ciclo de vida e ancestralidade de Gil a Gil também se reflete na música e videoclipe Refugio Particular. Um menino negro músico baiano abre pedindo licença às avós ancestrais, faz uma jornada afetiva musical e audiovisual nos encantados da natureza da Chapada Diamantina e fecha como jovem crescido de volta para sua avó.

Um SALVE aos jovens realizadores – André Fonseca (compositor e intérprete), Tainã Pacheco (músico, produtor musical, escritor do projeto), Uilami Dejan (fotógrafo e produtor audiovisual, atual presidente da Associação Grãos de Luz e Griô).

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Líllian Pacheco é educadora e escritora, Grãos de Luz e Griô