A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, afirmou ontem que não permitirá que o México seja usado como parte de uma campanha eleitoral, na sequência de comentários do candidato presidencial dos EUA, Donald Trump, sobre as negociações do seu governo para travar a migração.

“Para além de uma opinião pessoal ou não, e particularmente numa relação tão importante como a dos Estados Unidos, devemos ter respeito por quem o povo dos Estados Unidos decidir, e sempre defendendo o México, não permitindo que nosso pais seja usado como elemento central da campanha”, indicou.

Sheinbaum referiu-se assim às declarações do fim de semana do ex-Presidente Trump (2017-2021), que num comício em Grand Rapids, Michigan, recordou quando ameaçou o governo mexicano, em 2019, com a imposição de tarifas sobre bens importados até que o problema da migração fosse resolvido. Segundo ele, naquela época obteve “tudo do México”, inclusive o governo cuidando da fronteira contra a chegada de migrantes. Além disso, o magnata promete terminar o muro da fronteira sul.

A tudo isto, o atual presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou esta segunda-feira que o seu homólogo norte-americano Joe Biden “tem feito um bom governo”, um dia depois de o democrata ter desistido de tentar a reeleição. “O presidente Biden teve um bom governo. Politicamente, ele toma a decisão de não participar da reeleição, isso cabe a quem é membro do Partido Democrata decidir.”, disse López Obrador durante sua habitual coletiva de imprensa.

López Obrador destacou ainda que tem mantido um bom relacionamento com a administração Biden, a quem reconheceu “resultados econômicos muito bons”. “Souberam enfrentar de forma eficaz, eficiente, com uma boa estratégia a dificuldade que a pandemia significou economicamente, a crise que se originou economicamente devido à guerra na Rússia e na Ucrânia, e a economia nos Estados Unidos está bem”, disse o governante esquerdista.