Entre os dias 21 e 26 de junho, a histórica cidade de Ouro Preto recebe a 18ª edição da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, um evento cinematográfico que reúne inúmeras atividades, realiza debates importantes, e, é claro, diverte a população mineira.

Realizada pela Universo Produção, a mostra vai exibir 125 filmes em pré-estreias e mostras temáticas (30 longas, nove médias e 86 curtas-metragens), vindas de cinco países (Brasil, Argentina, Colômbia, Equador, Estados Unidos) e de 14 estados brasileiros (AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, PB, PR, RJ, RN, RS, SC, SP) distribuídos em nove mostras (Contemporânea, Homenagem, Preservação, Histórica, Educação, Valores, Mostrinha e Cine-Escola).

Neste ano, a CineOP faz uma ode aos artistas pretos da música brasileira. Intitulada “Imagens da MPB (Música Preta no Brasil)”, a Mostra Histórica enfatiza a presença da criação musical de artistas pretas e pretos nas trilhas sonoras e nos elencos dos mais variados filmes. A curadoria é de Cleber Eduardo e Tatiana Carvalho Costa, que buscaram colocar as sonoridades pretas em evidência dentro de contextos históricos e culturais nos séculos XX e XXI como formas de invenção de universos populares. A ascensão do soul, a chegada do funk e vários outros momentos importantes dessa trajetória estarão representados numa série de filmes.

Entre os filmes presentes na Mostra Histórica estão filmes como “Baile Soul”, de Cavi Borges, escolhido como o filme de abertura da CineOP 2023 na noite de 22 de junho. O longa documenta um período entre anos 60 e 70, quando as equipes de som realizavam bailes black em centenas de clubes espalhados pelo subúrbio do Rio de Janeiro, dando origem ao movimento “Black Rio”. O fenômeno colaborou para a consolidação do movimento negro em todo o país.

Neste mesmo dia, haverá a cerimônia de homenagem ao grande artista Tony Tornado, um dos destaques da CineOP 2023. Tony estará presente no evento para receber o Troféu Vila Rica, além de posteriormente participar de uma roda de conversa e realizar um show especial.

Com a temática geral “Memória e criação para futuro”, o evento propõe dar visibilidade aos processos culturais brasileiros, sobretudo vindos de realizadores pretos e indígenas, reforçando a importância da memória para a história de um país e seu futuro. A partir disso, a programação se completa em três frentes: preservação, história e educação. Cada temática com um enfoque e discussões próprias, que se aproximam em mesas e atividades propostas.

“A CineOP cumpre mais uma vez seu papel de atuar pela salvaguarda do imenso patrimônio audiovisual brasileiro e reafirma a importância de dar continuidade aos encontros anuais presenciais para fortalecer o setor audiovisual em diálogo com a educação e continuar florescendo para preservar nossa história, criar pontes e conexões, desvendar obras e talentos, olhares e diversidade em meio à multiplicação de telas e inovações interativas”, diz Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora da CineOP”, ressalta o comunicado oficial divulgado pela assessoria do evento.

Entre outros destaques nas exibições de filmes estão a versão restaurada de “A Rainha Diaba” (1974), de Antônio Carlos da Fontoura. A nova versão digital do clássico foi recentemente digitalizada a partir dos negativos em 35mm preservados no Arquivo Nacional e de uma cópia 35mm preservada pelo Centro Técnico Audiovisual (CTAv). Estrelado por Milton Gonçalves, “A Rainha Diaba” é considerado um marco do cinema da década de 1970, sendo uma grande referência para o cinema queer brasileiro. O público terá a oportunidade de assistir ao filme e debater o processo de digitalização da obra com o diretor e a equipe técnica que coordenou o trabalho.

“Rainha Diaba” (1974), clássico de Antônio Carlos da Fontoura. Foto: Divulgação

Haverá também na programação, filmes como “Caixa Preta”, de Daskia e Bernardo Oliveira, “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente, “Ijó Dudu, Memórias da Dança Negra na Bahia”, de José Carlos Arandiba “Zebrinha”, “Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor”, “As Linhas da Minha Mão”, de João Dumans, entre muitos outros.

“Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente. Foto: Divulgação

A robusta programação contará também com sete sessões Cine-Escola com mais de 3 mil alunos inscritos, realizará o 18º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros. O Encontro da Educação: XV Fórum da Rede Kino, terá 87 convidados no centro de 31 debates, rodas de conversa e diálogos da preservação e educação, seis convidados internacionais de cinco países, quatro oficinas, dois Workshops e quatro master classes com 360 vagas.

Sem falar nos lançamentos de livros, performance audiovisual (abertura do evento), exposição, cortejo, e a tão esperada Festa Junina da CineOP, unindo barraquinhas de comidas, quadrilha, brincadeiras, brindes e etc.

 

 

Shows

A CineOP 2023 também terá apresentações musicais imperdíveis de grandes nomes nacionais e locais. Começando pela quinta-feira (22), com a banda Diplomattas, que convida Maurício Tizumba, com abertura do DJ Pátrida. Na sexta (23), o homenageado Tony Tornado sobe ao palco para se apresentar. DJ Pátrida e DJAHI aquecem a noite de sábado (24), que terá show de Rincon Sapiência. No domingo (25), a maravilhosa Leci Brandão promete animar a noite de todos. E por fim, na segunda-feira (26), a banda SambaPretoChoroJazz encerra a CineOP com chave de ouro, com abertura da DJ preta e não binária DJAHI.

Saiba mais e veja a programação completa no site oficial do evento.