Cine Nave: ‘Black Rio! Black Power!’ ganha pré-estreia gratuita na Nave Coletiva, em São Paulo
Exibição será no dia 4 de setembro, quarta-feira, um dia antes de sua estreia em circuito comercial
No dia 4 de setembro, às 19h, o Cine Nave realizará uma pré-estreia gratuita do documentário “Black Rio! Black Power!”, dirigido por Emílio Domingos. O filme aborda a influência do movimento Black Rio na cultura, na sociedade e nos processos de luta por justiça racial na década de 1970.
Originado no Rio de Janeiro, o movimento foi uma resposta à opressão racial e social que a população negra enfrentava na época. Asfilófio de Oliveira Filho (Dom Filó), engenheiro civil, jornalista, documentarista e produtor cultural, além de líder do movimento, é protagonista do documentário.
A sessão será na Nave Coletiva (sede da Mídia NINJA em São Paulo). Além da exibição, haverá um debate com a presença de Emílio, Dom Filó e mais pessoas convidadas. O papo será mediado pela atriz, diretora e crítica de cinema Lilianna Bernartt.
O evento é gratuito. Para participar, preencha o formulário e valide sua inscrição no Portal da Floresta Ativista. Não perca tempo e garanta sua vaga!
O diretor faz uma imersão no tema e mostra a origem dos bailes, coletando depoimentos no Grêmio Social Esportivo Rocha Miranda – clube da Zona Norte carioca também conhecido como “Templo Soul”. Personagens como o citado Dom Filó, e também o escritor Carlos Alberto Medeiros, os músicos Carlos Dafé e Marquinhos de Oswaldo Cruz, e Rômulo Costa e Virgilane Dutra (da equipe Furacão 2000), rememoram como o movimento foi difundido através de uso de cabelos black power, roupas descoladas, sapatos cavalos de aço de plataformas vistosas, e também contam como se orgulhavam de sua cor e enfrentavam o Brasil racista.
O documentário também é ilustrado com imagens de arquivo dos bailes da icônica equipe de som Soul Grand Prix, formada por jovens negros dos subúrbios do Rio de Janeiro. Através da influência da música soul norte-americana de James Brown e outros, os bailes black despertaram a consciência sobre identidade e potencializaram a autoestima da juventude negra.
“O filme mostra uma juventude negra pioneira que se organizou e influenciou a cultura afro-brasileira, em meio a um período de grande ebulição política e sociocultural. Hoje percebemos esta presença tanto na conscientização do Hip Hop, no movimento negro politicamente organizado, e também nas tecnologias dos bailes como conhecemos até hoje”, comenta Emílio.
A produtora Leticia Monte comenta sobre o processo do filme: “O ‘Black Rio! Black Power!’ é resultado de um trabalho de mais de 10 anos de pesquisa do Emílio sobre esta cena musical e a proximidade com Dom Filó, que foi fundamental e nos trouxe muitas histórias que vão virar novos projetos”.
“Black Rio! Black Power!” já participou de 23 festivais nacionais e internacionais e conquistou sete prêmios. Além do Brasil, entre os países que o filme foi exibido estão: Austrália, Colômbia, Estados Unidos, Madagascar, Reino Unido, Uruguai e Quênia. Iniciou sua trajetória no Festival do Rio 2023, onde recebeu Menção Honrosa do Júri Oficial, e esteve em importantes festivais como 63º Cartagena de Índias International Film Festival – FICCI, 26º Festival Internacional de Cine de Punta del Este, San Francisco Documentary Festival 2024 e Inffinito Brazilian Film Festival. O documentário foi homenageado do júri na Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (Salvador) e conquistou o segundo lugar no prêmio Pierre Verger da Associação Brasileira de Antropologia.
“Black Rio! Black Power!” chegará ao circuito comercial no dia 5 de setembro, com distribuição da Taturana. A produção é da Espiral, em coprodução com a Osmose Filmes e a RioFilme e tem como produtores associados Dom Filó, Emílio Domingos e a Cultne.
Serviço:
O que: Cine Nave | “Black Rio! Black Power!” – sessão + debate
Quando: 4 de setembro, quarta-feira, às 19h
Onde: Nave Coletiva, Rua José Bento, 106, Cambuci, São Paulo (SP)
Entrada: Gratuito, mediante inscrição no Portal da Floresta Ativista
O Cine Nave é apoiado pelo Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal e Ministério da Cultura através da Lei Paulo Gustavo.