Cientista brasileira usa técnica maia e cria projeto que simula plantações em Marte
Nesta pesquisa, é importante analisar o solo onde está sendo feito o plantio, já que o solo marciano é muito pobre em nutrientes e matéria orgânica
A astrobióloga brasileira Rebeca Gonçalves, líder de uma equipe de cientistas na Universidade de Wageningen, nos Países Baixos, utilizou a técnica agrícola de consorciação para poder realizar um experimento sobre o plantio de alimentos no solo de Marte.
A técnica consiste no plantio de diferentes espécies de plantas com diferentes características. Essas diferenças faz com que as plantas se ajudem em seu desenvolvimento, causando um crescimento melhor do que teriam em uma plantação monocultora. Essa técnica é antiga, tendo registros de que era utilizada pelos Maias há séculos.
Para esta pesquisa, foram utilizadas três plantas: Tomates-cereja, ervilhas e cenouras. Elas foram escolhidas por suas características únicas. As ervilhas são capazes de fixar nitrogênio no solo, funcionando como fertilizante natural, as cenouras arejam o solo com suas raízes e os tomates-cereja fornecem suporte e sombra para as demais plantas. O melhor resultado veio dos tomates-cereja, que produziram o dobro de frutos em comparação com seu plantio isolado.
Nesta pesquisa, também é importante analisar o solo onde está sendo feito o plantio, já que o solo marciano é muito pobre em nutrientes e matéria orgânica. Para isso, foram utilizados três tipos de solo: solo terrestre comum, areia comum e regolito marciano sintético (feito a partir de materiais retirados do havaí e do deserto de Mojave), assim pode-se avaliar como esse conjunto de plantas se desenvolvem e como pode-se melhorar seu crescimento.
Essa pesquisa é importante para o fornecimento de alimento para astronautas, principalmente para os que poderão ir a Marte, já que a comida consumida atualmente por eles possui menos nutrientes do que os alimentos frescos, pois parte dos nutrientes são perdidos no processo de desidratação necessário para que a comida dure mais tempo durante as viagens espaciais, além de permitir que os projetos de colônias em Marte sejam mais viáveis.