Cidade do Acre pode ser a 1ª na Amazônia a mudar de lugar devido a emergência climática
As autoridades locais estão propondo a realocação das edificações para áreas mais elevadas, como medida preventiva contra futuras enchentes
Após semanas de intensas chuvas, a cidade de Brasiléia, situada na região da fronteira do Acre com a Bolívia, enfrentou a maior enchente já registrada em sua história. Com 75% de sua área inundada, a população local enfrenta uma crise sem precedentes, e, agora, autoridades planejam mudar a cidade de lugar.
As autoridades locais estão propondo a realocação das edificações para áreas mais elevadas, como medida preventiva contra futuras enchentes. A pedra fundamental da cidade, que atualmente se encontra debaixo d’água, pode voltar a ficar submersa daqui a 11 meses, quando o ciclo de chuvas volta.
Atualmente, o Acre enfrenta uma situação crítica, com 19 das 22 cidades do estado em estado de emergência devido às cheias do rio Acre. Quase 10 mil pessoas foram acolhidas em 97 abrigos públicos, enquanto mais de 17 mil estão desalojadas, buscando refúgio com familiares ou amigos.
Essa calamidade superou até mesmo a enchente anteriormente considerada a mais grave, ocorrida em 2015. No entanto, a frequência e a intensidade das cheias têm aumentado nos últimos anos, impactando cada vez mais a vida dos residentes de Brasiléia.
Além dos impactos diretos na população e nas infraestruturas locais, a enchente deixou Brasiléia praticamente isolada do restante do Brasil. A força das águas destruiu 20 pontes, interrompendo as principais vias terrestres de acesso à cidade.
Atualmente, a única rota disponível conecta Brasiléia à cidade boliviana de Cobija. Não muito longe dali, em Xapuri, a casa onde morou Chico Mendes está completamente inundada. Os moradores locais se uniram para preservar objetos, livros e outros itens do legado de Chico.