Cerca de 1,5 mil famílias são ameaças por conflitos agrários na Zona da Mata de PE
Além das violações de direitos, a missão do CNDH identificou negligência estatal, com falta de acesso à educação, água potável, saúde e transporte público
Além das violações de direitos, a missão do CNDH identificou negligência estatal, com falta de acesso à educação, água potável, saúde e transporte público
Uma crise humanitária e cultural na Zona da Mata de Pernambuco devido a disputas por terras que levaram a violações de direitos e violência extrema, está alcançando níveis alarmantes, revelou o relatório do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) e outras organizações. O futuro das tradições culturais, como a festa de terreiro chamada de cavalo-marinho e o maracatu de baque solto, que antes eram ligadas à indústria açucareira, está sob risco, dependendo do desfecho desses conflitos.
As disputas de terras estão sendo impulsionadas por um processo denominado “lavagem de terras”, envolvendo nomes influentes das indústrias açucareira e pecuária. Na Zona da Mata sul, aproximadamente 1,5 mil famílias que vivem lá há gerações estão sendo afetadas, com casos chocantes de violência, incluindo o assassinato de uma criança de 9 anos no ano passado.
Essa estratégia visa adquirir terras a preços muito abaixo de seu valor real, expulsando comunidades locais e expandindo negócios pecuários. O CNDH destaca que essa prática é viabilizada por meio de leilões judiciais que perpetuam o poder dos mesmos grupos empresariais.
Além das violações de direitos, a missão do CNDH identificou negligência estatal, com falta de acesso à educação, água potável, saúde, transporte público e outras necessidades básicas para as crianças e jovens das áreas afetadas. Isso resulta em pobreza extrema.
Os confrontos estão concentrados nos municípios de Maraial e Jaqueira, e diversas entidades de defesa dos direitos humanos estão acompanhando de perto a situação.
Com informações de Agência Brasil