Em meio ao tumulto provocado por deputados bolsonaristas, que decidiram declarar voto contra a prisão do deputado Chiquinho Brazão, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados formou maioria para manter preso o parlamentar acusado de ter sido um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

A decisão foi aprovada por 39 votos a 25, nesta quarta-feira (10). Houve uma abstenção.

No entanto, a decisão final cabe ao plenário da Câmara, onde os deputados terão o poder de seguir ou rejeitar o parecer elaborado por Darci de Matos (PSD-SC). Para que a prisão seja mantida, serão necessários 257 votos favoráveis, representando a maioria absoluta dos membros da Câmara. É importante ressaltar que a votação será aberta e nominal, o que significa que os votos de cada parlamentar serão divulgados publicamente.

Na votação pela soltura do congressista na CCJ, os votos favoráveis se concentraram em três partidos distintos. O destaque foi o Partido Liberal (PL), maior partido da Câmara e sigla associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi unânime em sua oposição ao relatório, votando em favor da liberação de Brazão.

Além do PL, o partido União, que anteriormente abrigava Chiquinho Brazão antes de sua expulsão após a prisão, deu seis votos favoráveis à soltura do congressista. Outros votos favoráveis vieram do Republicanos, com três votos, do PRD, com dois, e do Podemos, com um voto.