Catadores pedem justiça após PM assassinar companheiro em SP
Aproximadamente 200 pessoas se reuniram nesta quinta-feira na esquina da rua Mourato Coelho com a Navarro de Andrade para protestar contra a morte do catador de material reciclável Ricardo de Oliveira Santos pela PM. Texto e Fotos: Jamyle Rkain / Mídia NINJA No início da noite de quarta-feira, Negão, como era conhecido, havia pedido um […]
Aproximadamente 200 pessoas se reuniram nesta quinta-feira na esquina da rua Mourato Coelho com a Navarro de Andrade para protestar contra a morte do catador de material reciclável Ricardo de Oliveira Santos pela PM.
Texto e Fotos: Jamyle Rkain / Mídia NINJA
No início da noite de quarta-feira, Negão, como era conhecido, havia pedido um pedaço de pizza em um estabelecimento naquele local. A polícia foi chamada pelos funcionários após ele ficar descontente ao ter o pedido negado. Ricardo levou três tiros da Polícia Militar, que agiu de forma arbitrária e desastrosa.
O ato desta quinta, organizado por catadores, coletivos e moradores da região clamou por justiça. O catador Ednaldo Souza Queirós pediu que os Direitos Humanos vigie as ações da Polícia Militar, que age com violência contra pessoas em situação de rua e catadores. “Tudo por causa de um pedaço de pizza. A gente [quando mora na rua] sente fome e tem que ter o direito de pedir comida”, disse Ednaldo.
Estiveram presentes no ato o padre Julio Lancelotti e o Frei Agostinho, que estão trabalhando para dar todo o apoio à família de Ricardo. Lancelotti aproveitou o ato para declarar que será formada uma rede para denúncia de atos violentos contra pessoas em situação de rua. “Uma cidade linda não se faz assassinando as pessoas, excluindo as pessoas”, comentou Frei Agostinho.
O protesto saiu do local onde Negão foi morto, onde velas foram acesas e intervenções foram feitas em sua homenagem, e subiu a rua Teodoro Sampaio. Gritos por justiça e pelo fim da Polícia Militar eram entoados enquanto catadores empurravam suas carroças, seguidos de apoiadores.
Moradores das redondezas estavam acostumados a ver Negão por ali e afirmam que ele nunca fez nada errado e que era uma pessoa querida por todo mundo.
O enterro de Ricardo foi no cemitério do Perus, nesta sexta, às 14h30.