Uma recente entrevista publicada no site Pheeno apresentou Leandro e Toni, casados há 11 anos e que acabam de celebrar dois meses de vida de seus primeiros filhos: os gêmeos Alonso e Oliver. As crianças são frutos de uma parceria do casal com uma amiga, que propôs ser barriga solidária após anos de tentativas para que o casal pudesse ter seu primeiro filho.

Leandro e Toni compartilham suas vivências, desde a gestação, em uma página no Instagram chamada @gemeoscom2papais. Em vídeo divulgado no Pheeno, eles contam que um dos preconceitos que sofrem, até de pessoas próximas, é sobre a criação das crianças. “Há um preconceito quando acham que o cuidado das crianças tem que ser feito por mulheres e que pais homens não dão conta de criar seus filhos”, relata Toni. “Muitos não nos falam direto, mas de alguma forma perguntam: ‘você sabe fazer isso’?”.

“As pessoas acham que a mulher tem instinto maternal e que elas sabem fazer tudo desde o início”, relata.

Leandro, seu marido, diz que o machismo e a homofobia se entrelaçam nesse tipo de preconceito. “E eles se surpreendem quando veem que conseguimos cuidar bem deles”.

Eles contam que até chegar ao processo de barriga solidária foram meses e até anos de tentativas frustradas. A ideia de ser pai veio antes mesmo do casamento. Primeiro tentaram uma adoção, coparentalidade, mas se confrontaram com uma burocracia internacional, já que eles moram no exterior.

“Pros casais brasileiros é mais fácil. Pros casais LGBT, a questão também é mais demorada, eu tenho pessoas muito próximas que estão há muito tempo esperando. Perguntam pra criança: ‘você quer ter dois pais, ou um pai e uma mãe?’ Olha a entonação! Obviamente a criança vai escolher um pai e uma mãe”.

A questão ganhou uma resolução quando uma amiga se ofereceu para ser barriga solidária. “Depois de pensar muito bem a proposta, dela oferecer o ventre, de analisar por meses, a gente acabou aceitando. E acho que foi a melhor escolha da nossa vida”, disse Leandro.

https://midianinja.org/news/nasceu-casal-gay-cis-e-o-primeiro-do-brasil-a-ter-filhos-com-genetica-dos-dois-pais/