Casa Volante: Espaço cultural no sul de Minas pega fogo e comunidade se mobiliza para ajudar
A casa é morada da família PAM e desde 2019 é o espaço oficial do Festival Arte no Mato
A Casa Volante (@casavolanteteatro), espaço cultural localizado às margens do lago de Furnas, zona rural de Guapé, pegou fogo acidentalmente na manhã de sexta-feira (22). A casa é morada da família PAM e, desde 2019, é o espaço oficial do Festival Arte no Mato (@festivalartenomato).
Criada em 2009 pelas mãos dos artistas Guilherme Pam e Jeanne Kieffer, inventores, bonequeiros, produtores de filmes de animação e produtores culturais, a Casa Volante estava em fase final de reforma para receber novas atividades e projetos.
Guilherme e Jeanne contam que um pingo de solda do telhado caiu sobre espumas que utilizavam para fazer bonecos e que, rapidamente, se alastrou um fogo incapaz de ser controlado. O corpo de bombeiros, acionado pelo filho do casal, só conseguiu chegar ao local quando a casa toda estava queimada.
Com toda a casa consumida pelo fogo, a família e todo o coletivo perderam equipamentos e cenários do teatro, arquivos em hd e todos os pertences pessoais. Toda a estrutura metálica que permaneceu foi comprometida e em breve será derrubada.
Uma Vakinha foi organizada pela Casa Volante para a reconstrução do espaço. Estima-se que será necessário em torno de 100.000,00 reais para levantar o espaço novamente, adquirir novos equipamentos e materiais para o teatro e para o festival, tendo em vista que tudo foi perdido.
Desde o incêndio, a família PAM recebeu o carinho e diversas doações como roupas e alimentos da comunidade rural de Araúna, vizinha da Casa Volante, além de doações vindas da rede de artistas, amigos e parceiros do Festival Arte no Mato e Circuito Cultural Canastra Rio Grande.
“Estamos muito tocados. Agradecemos a toda essa rede que se formou pela Casa Volante! Por todo apoio da comunidade de Araúna, que se mobilizou assim que souberam do incêndio, amigos artistas, a nossa família e até pessoas que não nos conhecem pessoalmente. Nós estamos bem, só tivemos ferimentos leves, nos sentimos aliviados por algo mais grave não ter acontecido”, declararam.
A família está agora em Araúna, abrigada em uma casa de apoio, cedida por uma família amiga. Com a volta de água para o local, a família irá se organizar para acampar no galpão da oficina, localizado abaixo da casa sede, para iniciar as primeiras etapas de limpeza e reconstrução do espaço.
Contribua com o que puder. Toda ajuda é bem vinda! Acesse a vakinha aqui.
Você também pode doar pela chave pix: [email protected]
Sobre a Casa Volante
Criada em 2009 pelos artistas Guilherme Pam e Jeanne Kieffer, a Casa Volante é um importante ponto da cultura mineira que nasce no interior de Minas Gerais, mais especificamente, às margens do lago de Furnas, na comunidade de Araúna, zona rural de Guapé/MG.
A Casa foi construída de forma independente, do zero, pelas próprias mãos do casal bonequeiro, criador de traquitanas e cinema de animação. Guilherme é de Belo Horizonte, cidade onde trabalhou de 2003 a 2009 no grupo Giramundo, e Jeanne, da França, onde se formou em artes visuais e teatro de bonecos. Os dois decidiram juntos construir a Casa Volante, onde criaram seus filhos Otto, Rita e Jorge.
A Casa Volante é um espaço multidisciplinar, para encontros, trocas, para pesquisa e desenvolvimento de projetos artísticos, culturais, agroecologia e bio-construção. É o espaço de trabalho e criação de diversos espetáculos e filmes de animação criados por Jeanne e Guilherme.
Recebeu e produziu diversos projetos culturais, entre eles, o Festival Arte no Mato, que celebra a cultura local e regional desde 2019. É também um espaço de articulação da rede do Circuito Cultural Canastra Rio Grande. O Minas NINJA esteve presente em sua última edição em 2023, onde estiveram reunidos artistas, produtores culturais e toda a comunidade de Araúna e Guapé celebrando a diversidade da cultura mineira.
A Casa Volante e suas ações têm o papel de valorizar o germinar de novas expressões, que nascem sem a necessidade de migrar para áreas urbanas. Abre um novo olhar sobre as belezas e as potências que têm os territórios rurais, em um trabalho mútuo entre a cultura, a arte e a preservação ambiental.