O cantor sertanejo Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco no âmbito da Operação Integration, que investiga crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. A operação, deflagrada em seis estados brasileiros, inclui como alvos outros nomes conhecidos, como a influenciadora Deolane Bezerra e empresários ligados a jogos ilegais.

O indiciamento de Lima ocorreu em 15 de setembro, e cabe agora ao Ministério Público decidir se levará o caso à Justiça. A defesa do cantor nega qualquer envolvimento em atividades ilícitas.

O caso em detalhes

Durante a operação, a polícia apreendeu R$ 150 mil em dinheiro vivo na sede da Balada Eventos e Produções, empresa de shows de Gusttavo Lima, em Goiânia. Além disso, foram encontradas 18 notas fiscais sequenciais emitidas no mesmo dia pela GSA Empreendimentos, também pertencente ao cantor, totalizando mais de R$ 8 milhões. As transações envolveram a empresa PIX365 Soluções, também investigada.

A polícia vê esses elementos como indícios de lavagem de dinheiro, prática que, conforme o advogado criminalista Rodrigo Andrade Martini, consiste em “dar aparência legal a valores obtidos de forma ilícita, por meio de transações dissimuladas, como compra e venda fictícia de bens ou serviços”. Segundo a investigação, é preciso determinar se Gusttavo Lima tinha conhecimento de que o dinheiro usado nessas transações era proveniente de atividades criminosas.

Venda de aeronaves sob suspeita

Outra parte da investigação envolve a venda de aeronaves pela Balada Eventos para empresários ligados a jogos ilegais. Em um ano, um dos aviões foi vendido duas vezes, primeiro para a Sports Entretenimento e, depois, para a J.M.J Participações. As transações, no valor de R$ 33 milhões, envolveram também um helicóptero, que acabou retornando ao cantor. A polícia suspeita que essas operações foram usadas para dissimular a origem ilícita do dinheiro, proveniente de jogos.