
Camila Rosa, vereadora em Aparecida de Goiânia, tem microfone cortado em discussão sobre cota feminina
Camila conseguiu retomar o direito de fala e se retirou para ir à Polícia Civil registrar o caso
“É isso que fazem com as mulheres nas políticas, é por isso que a gente precisa procurar os nossos direitos. A política desde a sua existência, ela vem de um espaço machista sim”.
Essa foi a fala, em lágrimas, da única vereadora de Aparecida de Goiânia Camila Rosa (PSD), após ter seu microfone cortado a pedido do presidente da Casa, André Fortaleza (MDB), durante uma discussão em uma sessão ordinária na Câmara Municipal a respeito de cotas de gênero.
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Camila conseguiu retomar o direito de fala e se emocionou ao defender a representatividade feminina na política. Em seguida, ela se retirou para ir à Polícia Civil registrar o caso.
A gravação da sessão mostra a discussão entre os parlamentares, que começa com Fortaleza defendendo seu ponto de vista sobre cotas para mulheres na Casa. “Não sou contra a classe feminina, sou contra cota, contra oportunismo, contra ilusionismo. Por mim, não adianta, pode ser mulher, pode ser homem, pode ser homossexual. […] Eu só falei que os direitos têm que ser iguais e os deveres também”, disse o presidente.
Nas redes, parlamentares e outras lideranças políticas prestaram solidariedade à vereadora. “Mais um caso de violência política”, apontou Manuela D’Ávila.
“É inaceitável que a única mulher na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia seja tratada dessa forma em uma sessão”, escreveu Rozana Barroso, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. “A defesa de mais mulheres na política é justamente para combater situações como essa! Toda solidariedade à vereadora Camila Rosa”.
A vereadora Aava Santiago, de Goiânia, também prestou solidariedade e disse que vai pedir investigação sobre a denúncia de que o presidente da Câmara em Aparecida de Goiânia crtou verba publicitária de quem noticiou o assunto. “Se essa denúncia se confirmar, É GRAVÍSSIMO! O presidente da câmara do 2º maior município do estado está usando VERBA PÚBLICA para INSTITUCIONALIZAR A MISOGINIA E A VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO! Falei hoje com Camila e com a defensoria pública, levaremos a denúncia ao TRE”.
Ontem minha amiga, Camila Rosa, ÚNICA VEREADORA de Aparecida de Goiânia, chorou durante a sessão depois que o presidente da câmara cortou o microfone dela em uma discussão sobre COTAS DE GÊNERO.
— Aava Santiago (@aavasantiago) February 4, 2022
Soube hoje que ele cortou verba de publicidade dos jornais que noticiaram o caso! +
Mais um caso de violência política. A vereadora Camila Rosa, única vereadora de Aparecida de Goiânia, teve seu microfone cortado durante uma sessão ao retrucar fala do presidente da Câmara local e defender, justamente, a presença de mais mulheres na política. pic.twitter.com/vEvupnaVoc
— Manuela (@ManuelaDavila) February 4, 2022
É inaceitável que a única mulher na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia seja tratada dessa forma em uma sessão. A defesa de mais mulheres na política é justamente para combater situações como essa! Toda solidariedade à vereadora Camila Rosa.
— Rozana Barroso (@RozanaBarroso) February 4, 2022
via @Metropoles pic.twitter.com/blCU9ViCr3