Brasil teve alta de mais de 50% nos registros de racismo e homotransfobia, em 2022, aponta levantamento
Ainda mais preocupante é a possibilidade de subnotificação, já que estados como São Paulo e Rio Grande do Sul não forneceram dados
Ainda mais preocupante é a possibilidade de subnotificação, já que estados como São Paulo e Rio Grande do Sul não forneceram dados
Os casos de racismo e preconceito, baseados em orientação sexual e identidade de gênero, atingiram números alarmantes no Brasil, em 2022, de acordo com dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O levantamento revela um aumento de mais de 50% nos registros desses crimes em relação ao ano anterior.
Ao todo, foram notificadas 2.458 ocorrências de crimes relacionados ao preconceito de raça ou cor, em 2022, representando um crescimento de 67% em relação a 2021. Além disso, as ocorrências de homofobia ou transfobia cresceram 54%, passando de 316 casos, em 2021, para 488 no ano seguinte. É importante ressaltar que, de acordo com a legislação brasileira, o crime de racismo também abrange a homofobia e a transfobia.
Ainda mais preocupante é a possibilidade de subnotificação, já que estados como São Paulo e Rio Grande do Sul não forneceram dados sobre casos de racismo, o que pode indicar que o problema é ainda maior do que o registrado. Outros oito estados não informaram os casos de discriminação por homofobia, registrados como crime de racismo.
A confiabilidade dos dados também foi questionada, após correções nos registros de injúria racial e racismo, referentes a 2021, ressaltando a necessidade de um monitoramento mais rigoroso dessas estatísticas para uma abordagem efetiva desses crimes.
Diante desse cenário alarmante, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, divulgou uma lista de ações, planejadas pelo governo, para lidar com o aumento da violência, incluindo estupro, estelionato e casos de racismo. Entre as medidas propostas, está um “plano específico para a Amazônia” e o controle de armas para combater a escalada da violência.
A comunidade LGBTQIA+ também foi alvo de agressões, com um aumento de 13% nos casos registrados de lesões corporais, entre 2021 e 2022. Foram reportados 2.324 casos, em 2022, em comparação com 2.050 no ano anterior. Apesar de uma diminuição nos homicídios, em relação a 2021, os pesquisadores alertam que ainda há subnotificação nesses casos.