Brasil teve 154 casos de violência sexual contra mulheres por dia em 2022
Este é o número mais elevado desde o início da sistematização dos dados em 2015
No ano de 2022, o Brasil registrou um alarmante aumento na violência sexual contra mulheres, de acordo com o novo painel de Indicadores do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero do Ministério das Mulheres. Os números revelam que, em média, ocorreram pelo menos 154 casos de violência sexual por dia no país, totalizando 56.135 casos ao longo do ano. Essa estatística perturbadora inclui 39 mil casos de estupro, 16 mil casos de assédio sexual e 1.135 casos de exploração sexual.
Este é o número mais elevado desde o início da sistematização dos dados em 2015, chamando a atenção para a gravidade do problema no Brasil. É importante ressaltar que a subnotificação pode ser ainda mais alta, já que nem todos os casos são registrados.
Além disso, 2022 testemunhou um recorde de violência interpessoal contra mulheres, com 242 mil casos notificados, representando um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Entre os diferentes tipos de violência relatados, a violência física lidera com 45% dos casos, seguida pela violência psicológica com 24,2%, e a violência sexual com 17,3%.
A desigualdade racial também é evidente nos dados, com 57% dos casos de violência sexual ocorrendo com mulheres pretas ou pardas. Isso destaca a necessidade de abordagens específicas para combater a violência de gênero entre diferentes grupos étnicos no Brasil.
O painel oferece uma visão abrangente da situação das mulheres no Brasil, reunindo dados sobre violência, educação, espaços de poder, mercado de trabalho e estrutura demográfica. O relatório ressaltou a carência de dados oficiais do governo federal sobre mulheres e enfatizou que o painel estará disponível para acesso público, auxiliando gestores estaduais e municipais na implementação de políticas eficazes.
O alarmante aumento da violência sexual e interpessoal contra mulheres em 2022 ressalta a urgência de medidas concretas para proteger e empoderar as mulheres no Brasil, bem como para promover a igualdade de gênero em todas as esferas da sociedade, aponta o painel.